Economia

Copom não pausou ciclo de alta da Selic, apenas interrompeu, diz diretor de política monetária do BC

07 ago 2025, 15:54 - atualizado em 07 ago 2025, 15:54
Nilton David - Banco Central Copom Selic
Selic está no patamar de 15% ao ano. (Imagem: Egberto Nogueira/Divulgação)

O Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a Selic estável na reunião passada, mas a decisão não deve ser interpretada como uma pausa no ciclo de aperto monetário. Segundo Nilton David, diretor de política monetária do Banco Central (BC), a escolha reflete a “continuação da fase de interrupção”, adotada para avaliar os impactos do aperto iniciado em dezembro.

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No encontro de julho, o BC manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano e antecipou uma manutenção da taxa por período longo.

No evento Porto Asset Day, David afirmou que a autoridade monetária tem adotado uma postura contracionista diante de um contexto de incerteza elevada, mantendo os juros em patamar restritivo para conter a inflação.

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“Várias coisas mexeram muito e em intensidade elevada, em um curto intervalo de tempo. Por isso, o BC decidiu fazer uma interrupção para tentar sentir e perceber as consequências de tudo o que foi feito até aqui antes de dar o próximo passo. É nessa fase que a gente está ainda”, disse.

Para o diretor, os sinais de arrefecimento da atividade econômica — como o aperto do crédito, a revisão para baixo das projeções de inflação no Boletim Focus e o comportamento do câmbio — indicam que os efeitos da política monetária começam a aparecer.

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Ainda assim, ele reforçou que é preciso paciência, já que o impacto total dessas medidas leva tempo para se concretizar. O mercado de trabalho — especialmente setores intensivos em mão de obra, em serviços e em construção, por exemplo — deve ser o último a reagir ao aperto monetário.

Diante disso, o BC adota cautela: prefere aguardar os desdobramentos antes de alterar o rumo da política. David ressalta que, se o cenário mostrar que a trajetória esperada não se confirma, não haverá hesitação em mudar a estratégia.

“Pode ser que eu descubra que eu esteja mais (contracionista) do que eu deveria, ou menos. Para isso que a gente precisa de um tempo, é daí a interrupção, e não pausa, e a continuação da fase da interrupção”, afirmou.

No cenário internacional, ele ponderou que ainda não há uma decisão concreta sobre o tema de tarifas impostas pelos Estados Unidos nas exportações brasileiras e as negociações seguem em aberto. Isso contribui para a manutenção de juros mais elevados, diante das incertezas e riscos associados.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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