Coronavírus

Coquetel de anticorpos da Astra previne Covid em grupos de risco

20 ago 2021, 7:36 - atualizado em 20 ago 2021, 7:36
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Os resultados do estudo da Astra revelaram que nenhum participante do estudo que recebeu o coquetel desenvolveu casos graves de Covid ou morreu devido à doença, disse a empresa em comunicado (Imagem: Pixabay/BlenderTimer)

A AstraZeneca disse que seu coquetel de anticorpos contra o coronavírus foi considerado 77% eficaz na prevenção de Covid-19 sintomática em pessoas de alto risco em um ensaio importante. Na sexta-feira, o Reino Unido também aprovou o primeiro tratamento com anticorpos para a doença.

Os resultados do estudo da Astra revelaram que nenhum participante do estudo que recebeu o coquetel desenvolveu casos graves de Covid ou morreu devido à doença, disse a empresa em comunicado na sexta-feira.

O ensaio com 5.197 participantes, que foi iniciado em novembro, analisou se a o medicamento poderia prevenir a infecção em grupos de risco e foi realizado nos Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, França e Espanha.

Na sexta-feira, o Reino Unido aprovou o primeiro medicamento com anticorpos monoclonais contra a Covid-19, dando luz verde para um tratamento da Regeneron Pharmaceuticals e Roche.

O produto foi autorizado pela primeira vez nos Estados Unidos em novembro, e autoridades europeias disseram que estão no prazo para concluir sua análise este ano.

A demanda aumentou em meio ao avanço da variante delta, e agora mais de 120 mil doses do medicamento são administradas por semana, de acordo com a Regeneron.

Para a Astra, o resultado é um alívio. Em junho, outro estudo que havia testado se o coquetel poderia prevenir a Covid-19 sintomática em pessoas explicitamente expostas ao vírus não produziu resultados satisfatórios.

Os dados também podem garantir um acordo com os EUA para comprar a tratamento. Os EUA encomendaram até 700 mil doses para entrega em 2021, cujo valor dependia parcialmente do resultado do ensaio anterior.

Astrazeneca
Para a Astra, o resultado é um alívio. Em junho, outro estudo que havia testado se o coquetel poderia prevenir a Covid-19 sintomática em pessoas explicitamente expostas ao vírus não produziu resultados satisfatórios (Imagem: REUTERS/Rachel Wisniewski)

A Astra disse em junho que as conversas com o governo dos EUA estavam “em andamento” e que aguardava os resultados desse último estudo – chamado Provent – antes de decidir como proceder. Em entrevista na sexta-feira, Mene Pangalos, responsável por pesquisa biofarmacêutica da Astra, disse acreditar que o governo dos EUA tenha intenção de levar as negociações adiante se os dados forem positivos.

“O governo dos Estados Unidos continua interessado nisso com base nas conversas que tivemos”, disse Pangalos. Existem “algumas populações de pacientes que não estão respondendo tão bem às vacinas ou mesmo onde a resposta imunológica da vacina talvez não seja tão duradoura, então acho que esta será uma terapia potencialmente importante”.

A empresa disse que se prepara para enviar os dados aos reguladores para uma possível autorização de uso emergencial ou aprovação condicional.

O ensaio agrupou 25 infecções sintomáticas por Covid-19 para a análise primária, 17 das quais estavam no grupo de placebo e oito entre pessoas que haviam recebido o medicamento.

O coquetel é administrado por meio de duas injeções intramusculares, tornando-o mais fácil de usar do que uma série de tratamentos de anticorpos que precisam ser administrados por infusão intravenosa.

Embora mais análises sejam necessárias, Pangalos disse estar confiante de que o coquetel mostra resistência a todas as variantes com base em dados pré-clínicos e outras informações examinadas pela empresa. O coquetel deve fornecer proteção por pelo menos 12 meses.

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