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Coreia do Norte conduz nono teste de míssil do ano, às vésperas de eleição na Coreia do Sul

05 mar 2022, 13:50 - atualizado em 05 mar 2022, 13:50
Imagem do líder norte-coreano Kim Jong Un divulgada pela agência estatal KCNA
A Coreia do Norte conduziu seu nono teste de armas do ano neste sábado (Imagem: KCNA/via REUTERS)

A Coreia do Norte conduziu seu nono teste de armas do ano neste sábado, atirando o que seria um míssil balístico em direção ao mar ao leste da península coreana, dias antes da eleição presidencial da Coreia do Sul.

O lançamento atraiu condenações de governos nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, que temem que a Coreia do Norte esteja preparando um grande teste de armas nos próximos meses.

Com negociações pela desnuclearização empacadas, a Coreia do Norte conduziu uma quantidade recorde de lançamentos de mísseis em janeiro, e após uma pausa durante a maior parte do mês seguinte, retomou os testes com um lançamento em 27 de fevereiro.

“O ritmo significativo pelo qual a Coreia do Norte está desenvolvendo sua tecnologia de lançamento de mísseis não é algo que nosso país e a região podem ignorar”, disse o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, após o lançamento mais recente.

Na Coreia do Sul, onde cidadãos já estão depositando seus votos antes da eleição presidencial de quarta-feira, o Conselho de Segurança Nacional condenou “os lançamentos repetidos e sem precedentes de mísseis balísticos” da Coreia do Norte, dizendo que eles vão de encontro à paz e à estabilidade da península coreana.

A Coreia do Sul “monitorará ainda mais de perto as instalações nucleares e relacionadas a mísseis da Coreia do Norte”, incluindo seu principal reator nuclear em Yongbyon e o local de testes de armas nucleares de Punggye-ri, disse o Conselho, segundo um comunicado da presidência sul-coreana.

Não ficou claro, no primeiro momento, o que motivou o monitoramento maior de instalações nucleares.

Na sexta-feira, o projeto 38 Norte, com sede nos EUA, que monitora a Coreia do Norte, disse que as operações em Yongbyon estavam a todo vapor, produzindo combustível para armas potencialmente nucleares e para uma expansão das suas instalações de produção nuclear.

Punggye-ri está fechado desde que a Coreia do Norte declarou uma moratória auto-imposta em testes de armas nucleares em 2018.

O líder Kim Jong un, no entanto, disse que ele não se sente mais vinculado àquela moratória, agora que as negociações de desnuclearização empacaram.

A Coreia do Sul relatou uma série de pequenos e naturais terremotos perto de Punggye-ri este ano, destacando o que especialistas dizem ser instabilidade geológica causada pelo último e maior teste nuclear em 2017.

Especialistas também disseram que a instabilidade não necessariamente impediria a Coreia do Norte de retomar testes no local.