Inovação

Coreia do Sul lidera inovação global e EUA caem para 11º lugar; Brasil segue em 46°

06 fev 2021, 14:00 - atualizado em 03 fev 2021, 13:46
Coreia do Sul Seul Ásia
A Coreia do Sul tomou a coroa da Alemanha (Imagem: Unsplash/@valentinsteph)

A Coreia do Sul voltou ao primeiro lugar no mais recente levantamento do Índice de Inovação da Bloomberg, enquanto os EUA saíram da lista dos 10 primeiros, que mostra uma concentração de países europeus.

A Coreia do Sul tomou a coroa da Alemanha, que caiu para o quarto lugar. O país asiático liderou o índice em sete dos nove anos em que tem sido publicado. Cingapura e Suíça subiram uma posição, ficando em segundo e terceiro lugares.

O índice da Bloomberg analisa dezenas de critérios usando sete métricas igualmente ponderadas, como gastos com pesquisa e desenvolvimento, capacidade de fabricação e concentração de empresas de alta tecnologia de capital aberto.

As classificações de 2021 refletem um mundo onde a luta contra a Covid-19 trouxe a inovação para o primeiro plano, desde os esforços dos governos para conter a pandemia até a infraestrutura digital, que permitiu que as economias funcionassem durante a crise e a corrida para desenvolver vacinas.

“No ano da Covid e enfrentando a urgência da mudança climática, a importância dos fundamentos da inovação só aumenta”, disse Catherine Mann, economista-chefe global do Citigroup. “A inovação geralmente é medida por novas ideias, novos produtos e novos serviços”, disse, mas sua “difusão e adoção” é a verdadeira métrica de sucesso.

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De acordo com o ranking de inovação, o Brasil segue estagnado na posição 46°, atrás da Croácia e à frente da África do Sul (Imagem: Unsplash/@leonardomarinho)

Muito dos dados Bloomberg são anteriores à crise de coronavírus. Ainda assim, vale a pena destacar que muitos países no topo do índice — como Coreia, Alemanha e Israel — têm sido líderes mundiais em algumas áreas de combate à pandemia, seja em rastreamento de contatos ou vacinação rápida.

Empresas dos EUA como Zoom Video Communications ou a fabricante de vacinas Pfizer estão entre os emblemas de inovação do ano passado, refletindo a melhor classificação dos Estados Unidos em densidade de empresas de alta tecnologia.

A pandemia também destacou um tipo diferente de avanço, que tem mais a ver com políticas e organização do que com tecnologia ou pesquisa, de acordo com o economista vencedor do Prêmio Nobel Paul Romer.

“Devemos reconhecer que as métricas disponíveis perdem dimensões importantes da inovação”, disse Romer, professor da Stern School of Business da Universidade de Nova York.

“Autoridades em Wuhan mostraram pela primeira vez que, em algumas semanas, é viável testar 10 milhões de residentes de uma cidade para o coronavírus. Foi uma inovação de saúde pública muito importante.”

O retorno da Coreia do Sul ao primeiro lugar se deve principalmente ao aumento na atividade de patentes, onde está no topo, ao lado de um forte desempenho em pesquisa e desenvolvimento e manufatura.

A perda da coroa da Alemanha segue um aviso feito há dois anos por Juergen Michels, economista-chefe do Bayerische Landesbank, segundo o qual o país carece de trabalhadores qualificados e de uma estratégia adequada para a tecnologia de próxima geração.

Como as duas maiores economias, os EUA e a China são responsáveis por grande parte da inovação mundial e também travam uma batalha em áreas-chave de políticas, como direitos de propriedade intelectual. A diferença entre esses países tem diminuído continuamente desde que o índice foi lançado. Neste ano, ambos caíram no ranking.

Os EUA, que lideraram o primeiro Índice de Inovação da Bloomberg em 2013, caíram duas posições, para 11º. Em relatório no ano passado, o Conselho Nacional de Ciência revelou que “onde antes os Estados Unidos eram o líder inconteste em ciência e engenharia, agora desempenhamos um papel menos dominante”.

A China caiu uma posição para o 16º lugar no índice de 2021.

Outros ganhadores no índice deste ano incluem a Índia, que voltou a ficar entre os 50 mais bem classificados pela primeira vez desde 2016, e o Uruguai, que se qualificou pela primeira vez. Argélia e Argentina estão entre os países que mais caíram no ranking.

O processo de classificação começou com mais de 200 economias, pontuadas em uma escala de 0 a 100 em sete categorias igualmente ponderadas.

As nações que não relataram dados para pelo menos seis categorias foram eliminadas, reduzindo a lista total para 111. A Bloomberg publica as 60 principais economias.

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