Dívida Pública

Coronavírus e petróleo mostram pontos fracos do Brasil, diz Fitch

11 mar 2020, 12:45 - atualizado em 11 mar 2020, 12:45
Dólar
Alta indesejada: Fitch alerta para o fato de que Brasil possui muitas dívidas atrelada ao dólar (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

O agravamento da epidemia de coronavírus e a crise do petróleo podem agravar a situação fiscal e, portanto, o humor do mercado em relação a alguns países, incluindo o Brasil

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A avaliação é da agência de classificação de risco Fitch, em relatório sobre os impactos desses fatores no risco de crédito de diversos governos nacionais.

A Fitch observa que a queda da cotação do petróleo tende a ser mais prejudicial que o coronavírus, tanto para economias desenvolvidas, quanto para os emergentes.

Isto porque, as medidas econômicas anticíclicas, adotadas pelos governos nacionais, para estimular a atividade seriam rapidamente revertidas com a volta do crescimento.

O mais preocupante, segundo a agência, é o impacto da queda das commodities (incluindo o petróleo) na balança comercial – e, por tabela, nas contas públicas – de países emergentes.

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Alerta

Embora o Brasil não seja tão vulnerável, quanto países como Angola, Iraque e o Gabão, que geram mais de 70% de receitas com exportações, não há motivos para ficarmos sossegados.

“O humor dos investidores pode, por fim, afetar o fluxo de capitais, e países emergentes, cujas moedas mais se desvalorizaram frente ao dólar desde o fim de 2019, incluem Brasil, Uruguai, África do Sul e Chile”, afirma a agência.

O efeito da alta do dólar é a pressão sobre as dívidas públicas. A Fitch lembra que o Brasil está entre as nações com mais compromissos em moeda estrangeira, incluindo dívidas de curto prazo, ao lado de Índia, Turquia e Polônia.

Isso significa que um salto da moeda americana pode comprometer a capacidade de pagamento, tanto de companhias privadas, quanto do próprio país.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.