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Coronavírus impacta geração de caixa de elétricas em R$ 5,6 bilhões até 2021, diz Fitch

07 jul 2020, 16:27 - atualizado em 07 jul 2020, 16:27
Energia Elétrica
Empresas do setor poderão romper limites de endividamento acertados junto a credores (Imagem: Pixabay)

Os impactos do coronavírus sobre o mercado de energia no Brasil, como queda do consumo e aumento da inadimplência, deverão gerar uma redução de 5,6 bilhões de reais na geração de caixa de empresas de energia elétrica até 2021, projetou nesta terça-feira a agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Somente neste ano a geração de caixa das elétricas, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), deve sofrer queda de 3,2 bilhões de reais, acrescentou a Fitch em apresentação online sobre os efeitos da pandemia.

Dados esses efeitos, empresas do setor poderão romper limites de endividamento acertados junto a credores, os chamados “covenants”, que levam em conta relação entre Ebitda e dívida líquida, disse o diretor sênior da Fitch, Mauro Storino.

“Acho que 2020 é um ano completamente atípico, e no caso do setor elétrico vai haver, como falamos, alguma queda de Ebitda. Não só no setor elétrico, mas de forma geral, para todos setores, vamos estar observando várias empresas quebrando covenants”, disse ele.

“Mas é um momento ímpar… as empresas negociam com o credor… quebras de covenants podem acontecer sim, mas não acreditamos que isso possa gerar pressão de liquidez para as empresas que a gente cobre, pelo menos no setor elétrico”, afirmou.

Storino explicou que as elétricas não devem ser chamadas a pagar dívidas antecipadamente devido aos eventuais rompimentos de covenants, mas renegociações com credores podem elevar custos para as empresas.