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Coronavírus: impacto no PIB da China será menor do que dizem, afirma Wells Fargo

29 jan 2020, 16:49 - atualizado em 29 jan 2020, 16:49
China Coronavírus Saúde Ásia
Perspectivas positivas: chances de a situação piorar são pequenas, diz Wells Fargo (Imagem: Reuters/Tyrone Siu)

A epidemia de coronavírus vem deixando os investidores aflitos nas últimas semanas, e já fez o mercado mundial de ações perder US$ 1,5 trilhão. Entre as empresas mais afetadas, estão as exportadoras de commodities para os chineses. Só a Vale (VALE3) perdeu quase 11% de valor desde 20 de janeiro, quando a queda da Bolsa de Hong Kong disparou o alarme no mercado.

Alguns economistas acreditam que o coronavírus trará uma forte freada da economia chinesa, devido às restrições de circulação de pessoas e eventual fechamento de portos, aeroportos etc. Mas, para o Wells Fargo, um dos maiores grupos financeiros do mundo, o impacto será menor do que o medo nos leva a crer.

No cenário básico da instituição, a desaceleração do PIB da China será de apenas 0,1 ponto percentual, em relação à projeção anterior à eclosão do coronavírus. Em números, o Wells Fargo reduziu a expectativa de alta do PIB chinês de 5,9% para 5,8%.

Requisitos

Segundo a instituição, a probabilidade desse cenário ocorrer é de 70% a 80%. Ele pressupõe que o governo chinês conseguirá conter a epidemia no médio prazo, após enrijecer algumas medidas de segurança sanitária e trânsito de pessoas no país.

Nessa situação, a moeda chinesa apresentaria uma valorização “modesta” no médio prazo, as moedas de países asiáticos voltariam ao nível purê-vírus, e o dólar recuaria, frente às moedas do G10 (grupo dos dez países mais ricos do mundo) e dos países emergentes.

Vale
Efeito colateral: grandes exportadoras, como a Vale, perderam valor (Imagem: Vale/Janaina Duarte)

No cenário mais otimista, o Wells Fargo estima que o PIB chinês cresça entre 5,9% e 6%. Para tanto, seria necessário que o governo controlasse rapidamente o surto, por meio de medidas mais contundentes. Isso restauraria a confiança dos investidores no país e aceleraria os negócios.

“Neste cenário favorável, esperamos que o impacto na economia chinesa seja relativamente limitado e poderia, até mesmo, ocorrer uma melhora nas projeções de crescimento para 6%”, afirmam os economistas Brendan McKenna e Jen Licis, que assinam o relatório.

Por ora, o Wells Fargo vê poucas chances de a situação piorar. Seu cenário pessimistas tem 5% a 10% de probabilidade de ocorrer, segundo a instituição. Nele, o PIB chinês cresceria 5%, o yuan se valorizaria fortemente, diante da fuga de investidores, levando junto as moedas asiáticas. As moedas de países emergentes e do G10 perderiam valor, diante do dólar.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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