R$ 4 bilhões em déficit: Correios apresentam medidas para recuperar finanças; confira
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou nesta segunda-feira (29) que a estatal enfrenta um déficit estrutural de mais de R$ 4 bilhões por ano, decorrente do cumprimento da universalização do serviço postal em regiões remotas. Segundo ele, 90% das despesas da empresa têm caráter fixo, sendo que a folha de pagamento representa 62% do total.
Rondon destacou que o modelo tradicional dos Correios sofreu uma mudança significativa em 2016, quando as encomendas passaram a superar as cartas como principal fonte de receita.
“Essa inflexão ocorreu também em outros países. No Brasil, o monopólio das cartas em centros urbanos não é mais suficiente para financiar as comunicações físicas em áreas deficitárias”, afirmou.
A estatal acumulou prejuízo superior a R$ 6 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, com déficits recorrentes desde 2022 que já ultrapassam R$ 10 bilhões.
Plano de reestruturação dos Correios
A primeira fase do plano anunciado por Rondon prevê a recuperação do caixa da companhia até março de 2026. “Sem intervenção, o resultado seria um prejuízo de R$ 23 bilhões em 2026. A correção de rota precisa ser rápida”, afirmou. Entre as medidas, estão revisão da governança, definição de metas para funcionários e reconhecimento por desempenho.
A estatal assinou empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos — Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal — que, segundo Rondon, permitirá a adimplência da empresa, recuperação da qualidade operacional e retomada da confiança do mercado.
A segunda fase, prevista para 2026 e 2027, incluirá reorganização de pessoal, parcerias estratégicas, redesenho de operações e gestão de ativos, com expectativa de gerar impacto positivo de R$ 7,4 bilhões.
Rondon reforçou que a reestruturação é necessária para garantir a sustentabilidade da empresa e manter a universalização do serviço postal no Brasil.
O presidente também destacou que a terceira fase do plano de reestruturação será voltada ao crescimento e à modernização da companhia. “A terceira fase é para preparar a empresa para um novo modelo de negócio, modernizando a sistemática de operação e garantindo sustentabilidade em médio e longo prazo”, afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo