Corrida ao mercado acionário chinês alimenta risco de bolha

As fortes oscilações das ações chinesas na semana passada remetem a comparações com a bolha que estourou há cinco anos.
De muitas maneiras, o ritmo de ganhos coincide com o derretimento do mercado que começou nas últimas semanas de 2014.
O índice CSI 300 subiu 14% em cinco dias, o maior ganho desde dezembro daquele ano. Um indicador de momentum do CSI 300 também está no maior nível desde o final de 2014.
Ações de corretoras dispararam: o volume negociado ultrapassou 1,5 trilhão de yuans (US$ 213 bilhões) pela primeira vez desde 2015, indicando maior participação de investidores de varejo.
O ganho de mais de 5% da bolsa na segunda-feira só havia sido registrado uma vez desde o estouro da bolha.
Juros baixos e as primeiras perdas de alguns produtos populares de gestão de patrimônio têm atraído investidores de varejo para o mercado acionário da China. O avanço também é impulsionado por um coro entusiasmado da influente mídia estatal do país.
Um editorial de primeira página no China Securities Journal na segunda-feira disse que promover um mercado altista “saudável” após a pandemia é agora mais importante para a economia do que nunca. As buscas nas redes sociais chinesas de termos como “abrir uma conta de ações” dispararam, e o otimismo também impulsiona o yuan.
Mas existem diferenças importantes entre o momento atual e 2014 – incluindo um ponto de partida mais baixo para os valuations das ações.
E, embora mais operadores estejam assumindo dívidas para comprar ações, a alavancagem no mercado acionário é cerca da metade do nível no pico há cinco anos.
Desta vez, o banco central adotou uma abordagem cautelosa em relação à liquidez, retirando fundos do sistema financeiro pelo sétimo dia na segunda-feira.

Dai Ming, gestor da Hengsheng Asset Management em Xangai, que tem comprado ações do setor imobiliário, acha improvável um estouro da bolha semelhante ao de 2014 e 2015.
“O mercado não está repleto de dinheiro em todos os lugares como da última vez. Pequim ainda é muito prudente com a política monetária.”