Mercados

Covid afeta transição para energia verde em mercados emergentes

09 dez 2020, 15:13 - atualizado em 09 dez 2020, 15:13
Os fluxos de capital para mercados desenvolvidos ultrapassaram os investimentos destinados a países em desenvolvimento durante alguns trimestres deste ano pela primeira vez desde 2016 (Imagem: Pixabay)

O investimento em energia limpa se desacelerou nos países em desenvolvimento neste ano, depois de um recorde de US$ 32 bilhões destinados ao segmento em 2019, de acordo com análise da BloombergNEF.

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O investimento estrangeiro direto nos países em desenvolvimento no ano passado havia aumentado cerca de 30% em relação a 2018, com parques eólicos e solares vistos cada vez mais como alternativa de custo competitivo aos combustíveis fósseis, segundo a pesquisa anual Climatescope da BNEF.

O relatório, que examina as tendências de investimento em mais de 100 países, mostrou que as economias de mercado emergentes representaram cerca de 58% dos US$ 249 bilhões em financiamento de ativos para capacidade de energia limpa em escala de concessionárias no mundo todo no ano passado.

“2019 foi um ano de novidades, na maior parte das vezes de forma positiva”, disse Luiza Demoro, principal autora do relatório BNEF. “A onda de capital que vimos fluir para mercados emergentes sugere que os investidores se sentiram bastante confortáveis com os riscos envolvidos no financiamento de novas energias eólicas ou solares nesses países.”

Embora o relatório da BNEF não cubra 2020 em detalhes, os primeiros sinais mostram que neste ano haverá uma reversão da tendência de 2019.

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Os fluxos de capital para mercados desenvolvidos ultrapassaram os investimentos destinados a países em desenvolvimento durante alguns trimestres deste ano pela primeira vez desde 2016.

Durante os três primeiros trimestres de 2020, países desenvolvidos haviam recebido cerca de 76% do financiamento de energia limpa obtido em 2019, colocando-os no caminho para se igualar ao total do ano passado.

Enquanto isso, a parcela para mercados emergentes era equivalente a 58% do total do ano passado em três trimestres.

Isso significa que economias emergentes podem terminar 2020 com a queda anual mais forte já registrada pela BNEF.

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“Uma pandemia de vários anos poderia trazer um queda ainda mais drástica do investimento e tem potencial de interromper a transição energética em muitas economias em desenvolvimento”, disse Demoro por e-mail. “Isso destaca a necessidade de uma recuperação sustentável, fazendo o melhor uso possível das finanças públicas já pressionadas para atrair investimento privado de investidores nacionais e internacionais.”

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bloomberg@moneytimes.com.br