2T25

CPFL (CPFL3) tem alta do lucro, mas vê tendência de piora dos cortes de geração

14 ago 2025, 20:03 - atualizado em 14 ago 2025, 20:03
CPFL Energia
(Imagem: YouTube/grupocpflenergia)

A CPFL Energia (CPFE3) registrou aumento do lucro líquido no segundo trimestre de 2025 (2T25) com bons resultados da distribuição de energia compensando as perdas no negócio de geração renovável em função dos cortes da produção das usinas. E a visão é que este é um problema que deve se agravar no segundo semestre.

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A elétrica controlada pela chinesa State Grid anunciou nesta quinta-feira (14) um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão entre abril e junho, 7,8% maior na comparação anual, e também acima da expectativa média de analistas, de cerca de R$1 bilhão conforme estimativa do IBES.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) da companhia aumentou 6,7% na base anual, para R$ 3 bilhões, superando a previsão do mercado de R$2,76 bilhões.

O desempenho trimestral da CPFL foi impulsionado pelos negócios de distribuição de energia, cujo Ebitda cresceu 22,2%, para R$2 bilhões, refletindo os reajustes tarifários das concessionárias, uma redução de 37% da inadimplência, entre outros fatores.

Esses efeitos compensaram a diminuição do consumo de energia registrada nos mercados atendidos pelas distribuidoras CPFL no período, em função das menores temperaturas se comparadas às do segundo trimestre de 2024, o que levou a um menor uso de equipamentos de climatização.

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Novos cortes pelo ONS

Já na geração de energia, o principal ofensor do resultado foram os cortes impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para as usinas renováveis. A restrição, conhecida no setor como “curtailment“, ocorre quando não há consumo suficiente para absorver toda a geração, ou gargalos na rede elétrica para escoar a energia.

“Na média do semestre, tivemos um curtailment de 8,6% (da geração potencial) no ano passado, e nesse começo de ano, 20,9%. O curtailment já era grande, está ainda maior… E no segundo semestre tende a ser pior, porque tem mais geração esperada de renovável, então devemos ter um impacto ainda maior vindo”, disse à Reuters o CEO da CPFL, Gustavo Estrella.

Ele também observou que o problema tende a se agravar à medida que a geração renovável se expande no Brasil, principalmente por meio da geração distribuída em pequenos sistemas solares, como painéis fotovoltaicos instalados em telhados e fachadas.

Novas oportunidades para a CPFL

Sem enxergar viabilidade de novos investimentos em geração renovável no momento, a CPFL está focada em crescer organicamente na distribuição de energia, elevando os investimentos nas concessionárias após a provável renovação dos contratos por mais 30 anos, e também na transmissão de energia.

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O grupo “possivelmente” vai participar do próximo leilão de transmissão, em outubro deste ano. “Tem algumas linhas que se encaixam na nossa estratégia de investimento”, disse Estrella, ponderando que ainda não há decisão tomada sobre ingressar na concorrência.

Do lado financeiro, o CEO disse que a companhia começou a monitorar o mercado internacional, “com bolso muito maior”, para possíveis captações após ter obtido da agência Moody’s o rating global de “Baa2”, dois níveis acima do rating soberano.

“Os ‘panda bonds’ também são um mercado potencial para a gente acessar o mercado local chinês. Vimos que há apetite para a CPFL, investidores que estão mais do que acostumados a comprar título da State Grid (sua controladora), também receberia muito bem uma emissão de CPFL”.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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