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Credit Suisse: ou Ambev perde da inflação, ou perde da concorrência

28 maio 2020, 17:01 - atualizado em 28 maio 2020, 17:01
Ambev
Numa fria: as opções da Ambev são lucrar menos ou perder mercado (Imagem: Divllgação/ Ambev)

Qualquer que seja o final, este será um ano de “perde-perde” para a Ambev (ABEV3), pois as opções para a maior cervejaria das Américas não são nada boas. De um lado, pode reajustar os preços acima da inflação, a fim de manter as margens de lucro para os acionistas. De outro, pode preservar sua participação de mercado.

O problema, segundo o Credit Suisse, é que as contrapartidas desta encruzilhada são negativas para a companhia. Marcella Recchia, que assina o relatório obtido pelo Money Times, observa as cervejarias se adaptaram mais rápido que o esperado à pandemia de coronavírus.

Com os bares, restaurantes e casas noturnas fechados, as vendas via supermercados aceleraram.

Mas, a transição não foi indolor. O fechamento de atividades não-essenciais e o isolamento social prejudicaram a renda dos consumidores, que passaram a comprar cervejas mais baratas, que geram pouca margem de lucro para os fabricantes, em detrimento das marcas premium, a grande aposta das cervejarias nos últimos anos.

Custos

A pressão sobre as margens aumenta, ainda, devido à necessidade de repassar custos dolarizados, segundo o Credit Suisse. Mas aumentar os preços, agora, é bastante arriscado. “A aceitação do mercado ainda é incerta, dada a piora do cenário macroeconômico”, afirma o banco.

Em particular, o volume de vendas da Ambev, em abril, encolheu 27%, segundo o Credit Suisse. Em maio, a situação “melhorou”, com a gradual flexibilização da quarentena em muitas cidades, e o volume deve cair apenas um dígito.

Para a analista, a solução para a Ambev entre manter as margens ou manter a participação de mercado já está dada. A companhia deve assumir o prejuízo e reajustar os preços abaixo da inflação; isto, se reajustar.

“Historicamente, a Ambev precifica suas cervejas acima do crescimento da renda disponível para consumo”, diz. “Mas, com os consumidores sob pressão, se a companhia reajustar os preços neste ano, provavelmente será abaixo da inflação”, completa. A alternativa seria arriscar-se a perder clientes para a concorrência.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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