ImóvelTimes

Creditas e OLX miram fatia de R$ 36 bilhões no mercado de aluguel

23 jun 2025, 7:00 - atualizado em 21 jun 2025, 16:26
Daniel Ricci - Head de Negócios Creditas
Daniel Ricci - Head de Negócios Creditas (Imagem: Divulgação)

A Creditas e a OLX querem ganhar mais espaço no mercado de garantia locatícia, uma alternativa que promete facilitar a vida de locadores e inquilinos, reduzindo a papelada para as imobiliárias.

A parceria, que começou a ser desenhada há cerca de quatro anos, está ganhando força num momento em que o mercado de locação de imóveis não para de crescer.

São mais de 6 milhões de contratos fechados por ano no Brasil, movimentando até R$ 36 bilhões, e ainda concentrados, em sua maioria, nos velhos modelos de fiador.

Enquanto concorrentes como o QuintoAndar decidiram deixar o segmento — o QuintoCred, linha própria de garantia locatícia, foi descontinuado —, OLX e Creditas seguem dobrando a aposta em um modelo que substitui fiadores, cauções em dinheiro e títulos de capitalização.

“No processo de locação, um dos principais pontos é justamente a busca por uma garantia locatícia. Isso ainda trava muitas negociações, já que o inquilino precisa correr atrás de fiador, caução ou seguro-fiança, que nem sempre são baratos ou fáceis de aprovar”, explicam Rafael Nader, VP de imóveis do Grupo OLX, e Daniel Ricci, head de negócios da Creditas, em entrevista ao Money Times.

A meta, segundo os executivos, é avançar sobre esse mercado inexplorado, oferecendo conveniência para as mais de 30 mil imobiliárias e corretores que anunciam nos portais OLX Imóveis, Zap Imóveis e Viva Real — que juntos concentram 7 milhões de anúncios diários.

Garantia locatícia: um produto de crédito

Na prática, a jornada é 100% digital. A imobiliária inicia o processo preenchendo um formulário com informações básicas do candidato — nome, CPF, renda declarada. Em cerca de dois minutos, o motor de crédito da Creditas cruza dados de renda, score de crédito, processos judiciais e antecedentes.

“Em menos de duas horas, a imobiliária pode ter uma resposta definitiva. E para reforçar a segurança, temos biometria facial, checagem de documentos e análise antifraude”, explica a Ricci.

As empresas destacam que um diferencial importante é a agilidade no caso de inadimplência: se o inquilino não paga, a imobiliária pode acionar a garantia no dia seguinte ao vencimento do boleto. O valor é liberado em até D+6, enquanto outros modelos levam entre 15 e 30 dias.

No caso de não pagamento, a dívida é transferida do locador para a Creditas, que passa a cobrar diretamente o inquilino. A fintech prioriza negociações amigáveis para evitar despejos ou processos judiciais — mas não descarta medidas legais se necessário.

“É um produto de crédito, não um seguro. Por isso, mesmo que o locador receba, a dívida continua existindo para o inquilino, que precisa regularizar a pendência conosco”, detalha a empresa.

Mesmo com juros altos — agora no patamar dos 15% ao ano — o mercado de locação segue resiliente.

Nos últimos quatro anos, o volume de contratos de aluguel cresceu em média 27% ao ano, enquanto a demanda por garantias profissionais avança a um ritmo ainda maior, de 40% ao ano, segundo dados das empresas.

Para os executivos, o grande desafio é garantir uma análise de crédito precisa, que evite aprovações fora do perfil.

“O risco existe — desemprego, doença, imprevistos — mas o maior problema é aprovar mal. Se alguém com renda incompatível assume um aluguel alto, vai virar inadimplência certa”, admite o executivo da Creditas.

De olho no mercado bilionário, OLX e Creditas pretendem expandir a base de imobiliárias usando tecnologia para automatizar processos, reduzir burocracias e aumentar a liquidez dos imóveis anunciados.

“Para muitos proprietários, o aluguel é uma renda complementar essencial, principalmente idosos. Nossa proposta é dar previsibilidade e segurança para essas famílias, mesmo em momentos difíceis”, avalia Nader.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar