Crédito e shutdown nos EUA preocupam, mas impacto tende a ser limitado, diz analista; ouro segue como destaque nos mercados

O mercado norte-americano preocupa parte dos investidores nesta sexta-feira (17), com a revelação de supostas fraudes em empréstimos ligados a fundos imobiliários problemáticos, que acenderam um alerta para bancos regionais.
No Giro do Mercado, a jornalista Paula Comassetto recebeu Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, que avaliou as recentes tensões no mercado de crédito americano. Para ele, as suspeitas não devem se transformar em um risco sistêmico.
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“A cada 18, 24 meses a gente volta a ter problema com banco regional nos Estados Unidos, então não é uma novidade. Tem que acompanhar, mas parece que está tudo sob controle em um primeiro momento”, afirmou.
Sobre o shutdown do governo americano, que já é o terceiro mais longo da história, Spiess afirmou que o impacto sobre os mercados tende a ser contido, sendo diluído rapidamente, antes mesmo de uma resolução.
No entanto, a paralisação afeta a divulgação de dados econômicos importantes, o que pode gerar incertezas sobre o ritmo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Spiess também comentou sobre a reaproximação entre representantes do governo do Brasil e dos EUA, incluindo uma reunião entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e Marco Rubio, secretário de estado norte-americano.
Segundo o estrategista, o diálogo recente entre os presidentes Lula e Donald Trump reforça a expectativa de distensão, descartando a possibilidade de uma sanção generalizada.
“Conseguimos uma ponte aqui que não havia entre os dois líderes. Agora a relação deve amadurecer de alguma maneira positiva, afastando as chances de novas sanções generalizadas econômicas e até podendo arrefecer as tarifas”, afirmou.
Spiess destacou ainda que o movimento esvazia a ala mais radical da oposição brasileira e reduz a chance de ruído político em torno das relações bilaterais.
Olhando para os mercados, Spiess manteve visão positiva para o ouro, que renova máximas históricas em momento de alta, enquanto o bitcoin (BTC) acumula queda recente.
“Os entusiastas de bitcoin falam que ele é uma reserva de valor. Se ele um dia chegar a ser, não estamos lá ainda”, disse Spiess. “Nos testes de estresse, o bitcoin falhou nesse sentido de proteção. O ouro, não.”
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais, o cenário fiscal do Brasil e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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