Credores da Americanas (AMER3) insistem em R$ 12 bilhões de bilionários
Os credores da varejista brasileira Americanas (AMER3), incluindo alguns bancos e detentores de títulos, estão dispostos a fechar um acordo com os principais acionistas desde que eles concordem em injetar R$ 12 bilhões na empresa, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
São R$ 2 bilhões a mais do que os R$ 10 bilhões oferecidos oficialmente até agora. As negociações estão avançando e os credores podem aceitar o pacote de troca de dívida por participação acionária proposto pela Americanas, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
Oficialmente, a empresa está oferecendo até R$ 18 bilhões em ações e títulos conversíveis em troca de dívida, e alguns credores acreditam que a demanda pela transação será menor, dependendo do desconto implícito no valor de face da dívida, disseram as pessoas.
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A empresa também está oferecendo uma recompra de dívida em um leilão reverso que não atrairia alguns bancos brasileiros, disseram as pessoas. Isso porque a empresa está sinalizando extraoficialmente que o desconto mínimo sobre o valor de face da dívida seria de 60%, e alguns banqueiros ainda esperam uma recuperação maior de seus créditos, disseram as pessoas.
O leilão seria uma boa oportunidade para quem precisa de dinheiro imediato ou para quem comprou títulos da empresa a preços menores, disseram as pessoas. Oficialmente, a empresa propôs uma recompra de dívida de R$ 12 bilhões.
O site Pipeline disse anteriormente que o desconto na ação seria de 60%, sem especificar como obteve a informação.
A Americanas não respondeu imediatamente a um e-mail pedindo comentários. O trio de bilionários – Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, que são os maiores acionistas – não quis comentar.
A Americanas mergulhou na crise no início do ano em meio a revelações de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões que aumentaram artificialmente os lucros por um período de uma década e reduziram pela metade o passivo reportado. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro com R$ 42,5 bilhões em dívidas.
Os bilionários estão argumentando durante as negociações com os credores que seus investimentos na empresa superaram as retiradas em cerca de R$ 1,6 bilhão nos últimos 10 anos, disseram pessoas familiarizadas com o assunto anteriormente.
O trio também alega que perdeu seus investimentos de longa data na empresa depois que o valor de sua participação de 31% na Americanas despencou, segundo as pessoas. Eles argumentam que os credores devem compartilhar a dor com eles ao resgatar a varejista, disseram as pessoas.
Bancos como o Banco BTG Pactual SA e o Banco Bradesco SA sustentam que o trio é responsável pelo que chamam de fraude.