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CRIs: como a alienação fiduciária das quotas das SPEs ajuda a manter operações saudáveis; entenda

11 abr 2023, 9:53 - atualizado em 11 abr 2023, 9:53
uma mão segurando várias notas de 50 reais
Como a alienação fiduciária das quotas das SPEs ajuda a manter operações saudáveis de créditos estruturados com CRIs? Entenda (Créditos: Shutterstock)

Por Helio Pio*

O Brasil passa por um momento desafiador. A taxa Selic está em 13,75% ao ano, o Banco Central tenta controlar uma inflação “rebelde”. Enquanto isso, o novo governo busca equacionar os orçamentos e controlar os gastos. Já o empresariado vê “a água subir” e o risco de muitos se afogarem aumenta.

Quando se olha para o mercado de créditohigh yield”, especificamente para o nicho de CRIs com lastro pulverizado, há várias etapas muito importantes a serem seguidas. Tudo isso para manter as operações saudáveis e, principalmente, defender os investimentos dos cotistas neste momento tão adverso.

Quando as sobregarantias dos recebíveis imobiliários começam a se deteriorar, há vários gatilhos para garantir a recuperação dos valores investidos com a devida correção financeira e multas. Uma delas é a exigência em 100% das operações, da alienação fiduciária das quotas das SPEs (Sociedade de Propósito Específico).

Dentro da SPE é exigido que só exista a operação em questão. Desta forma, exclui-se qualquer risco trabalhista, tributário ou de qualquer outra ordem da incorporadora. Confira a imagem, abaixo:

SPEs e CRIs

Esse mecanismo relacionado à alienação fiduciária das quotas das SPEs visa ampliar ainda mais a garantia de pagamento do compromisso com o CRI. Ou seja, até a quitação da totalidade da dívida, o ativo imobiliário fica alienado. Caso ela não seja honrada, o incorporador perde a propriedade do ativo.

Operacionalmente, as quotas da SPE são alienadas fiduciariamente para o CRI. Portanto, cabe à securitizadora a prerrogativa de tomar posse da empresa caso a dívida não seja honrada.

De qualquer forma, o objetivo é trabalhar arduamente para jamais chegar a essa fase de execução das garantias reais – os imóveis. Mas, obviamente, pode haver essa decisão, se todo aquele excedente de recebíveis exigido no início da operação for se deteriorando ao longo do tempo.

Mais que isso, pode chegar-se a ponto de o total dos recebíveis não ser suficiente para honrar o compromisso com o CRI. Além disso, o incorporador pode não complementar o saldo devedor.

Ainda assim, vale ressaltar que as operações são monitoradas no detalhe mensalmente. Entretanto, dispor do mecanismo de alienação fiduciária das cotas da SPE é uma exigência indispensável.

Afinal, esse é um mecanismo que contribui para a segurança dos investimentos. Mais que isso, faz com que o incorporador esteja 100% alinhado com os interesses dos credores do CRI, focado em manter a carteira de recebíveis saudáveis e cobrindo todos os compromissos da operação.

*Sócio da Devan Asset

Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
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