Empresas

Crocs em crise: Ações caem mais de 20% por resultado, tarifas e “fim da moda”

08 ago 2025, 17:24 - atualizado em 08 ago 2025, 17:24
Fonte: Reprodução Twitter

A Crocs, empresa conhecida pelos calçados de borracha que, de tempos em tempos, viram febre, sofreu nesta semana. Os papéis da companhia caminham para fechar em queda de mais de 20% no acumulado dos últimos cinco pregões, após a divulgação, nessa quinta-feira (7), no resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fonte: Google

Mais do que o resultado, a empresa também revisou suas estimativas para o terceiro trimestre.

Entre as causas para isso, a Crocs sinalizou que o ambiente de tarifas terá impacto financeiro relevante no seu balanço, especialmente sobre a marca HEYDUDE, que é a mais exposta por ter grande parte dos seus produtos fabricados em países que foram atingidos pelas tarifas (como a Índia).

A empresa estima que as tarifas adicionais afetarão o resultado em cerca de US$ 40 milhões apenas no segundo semestre de 2025 e US$ 90 milhões anuais, com efeito de 170 pontos-base na margem operacional.

Crocs no 2T25

No segundo trimestre de 2025 (2T25), a Crocs teve um prejuízo líquido de US$ 492,3 milhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em grande parte, a companhia explicou que o resultado se deu por imparidades não monetárias ligadas à marca HEYDUDE. Essas imparidades representam uma reavaliação contábil para baixo do valor de ativos, quando a empresa entende que eles não gerarão mais o retorno inicialmente esperado.

“O principal fator para essa queda da HEYDUDE são as ações que decidimos tomar. A primeira é o reajuste de parte do estoque no atacado, o que é bastante significativo. A segunda é a redução do marketing, especialmente o marketing de performance nos nossos canais digitais, que chegou a um ponto onde a rentabilidade marginal não estava lá”, falou o CEO Andrew Rees.

Diante desse cenário, e da incerteza sobre o consumo nos EUA por conta de fatores como juros e as tarifas, a companhia não apresentou guidance anual, optando por divulgar apenas projeções para o terceiro trimestre — que não foram positivas.

A Crocs, agora, vê uma queda de receita entre 9% e 11%, recuo de “meio dígito” na marca Crocs e adota postura conservadora nas estimativas, incorporando possíveis devoluções e cancelamentos. Fora isso, a companhia afirmou que reduzirá promoções e ajustará preços seletivamente para compensar parte do impacto tarifário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Vemos o consumidor dos EUA se comportando com cautela em relação aos gastos discricionários. Eles enfrentam aumentos de preços atuais e previstos, o que acreditamos ter potencial para ser mais um freio a um consumidor que já está sendo seletivo. Diante disso, nossos parceiros de varejo estão agindo com mais cuidado e reduzindo seus orçamentos de compras”, mencionou Rees.

Fim da moda?

Além das tarifas, por  fim, analistas também destacaram que a moda do Crocs parece estar perdendo a força. Entre abril e junho deste ano, a receita da marca Crocs cresceu apenas 4%, para US$ 960 milhões. Para fins de comparação, um ano antes, o crescimento havia sido de 11,2%.

O CEO da marca também falou sobre o assunto. “Há uma clara tendência atlética, com o consumidor migrando de volta para o segmento esportivo. Sabemos que essa é uma tendência cíclica e, ao olharmos para alguns eventos esportivos importantes que se aproximam, acreditamos que ela deve persistir por um tempo”, comentou o diretor-executivo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

No mercado há mais de 5 anos, o Money Times é referência em investimentos pessoais, educação financeira, gestão de carreiras e consumo no mercado brasileiro. No Money Times, investidores, analistas, gestores e entusiastas do ambiente econômico brasileiro usufruem de textos objetivos e de qualidade que vão ao centro da informação, análise e debate. Buscamos levantar e antecipar discussões importantes para o investidor e dar respostas às questões do momento. Isso faz toda a diferença.
equipe@moneytimes.com.br
No mercado há mais de 5 anos, o Money Times é referência em investimentos pessoais, educação financeira, gestão de carreiras e consumo no mercado brasileiro. No Money Times, investidores, analistas, gestores e entusiastas do ambiente econômico brasileiro usufruem de textos objetivos e de qualidade que vão ao centro da informação, análise e debate. Buscamos levantar e antecipar discussões importantes para o investidor e dar respostas às questões do momento. Isso faz toda a diferença.