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CrossTower, criada por veteranos do mercado tradicional, quer abalar o mercado cripto

26 maio 2020, 14:39 - atualizado em 26 maio 2020, 14:39
CrossTower é a mais nova corretora de criptoativos para o setor institucional (Imagem: Crypto Times)

Dois veteranos do mundo financeiro tradicional estão liderando o lançamento de um novo mercado de criptoativos.

CrossTower — liderada pelos cofundadores Kapil Rathi e Kristin Boggiano — entra para o time das operadoras de corretagem que atendem clientes institucionais.

Anteriormente, Rathi obteve cargos sêniores na Bolsa de Opções de Chicago (CBOE), BATS Global Markets, International Securities Exchange (ISE) e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

Boggiano, que já trabalhou para a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), trabalhou na empresa de advocacia Schulte Roth e na empresa de investimentos Guggenheim.

Tanto Rathi como Boggiano trabalharam na AlphaPoint, que desenvolve software de corretoras sem marca (“white label”), atuando como diretor de operações e diretora jurídica, respectivamente.

CrossTower, que opera em Nova Jersey, começou seu “lançamento controlado” em abril, de acordo com um comunicado de imprensa compartilhado com o The Block, em que negociações são limitadas a um pequeno grupo de usuários individuais, bem como empresas participantes.

As criptomoedas disponíveis no lançamento incluem bitcoin (BTC), ether (ETH), zcash (ZEC), litecoin (LTC) e bitcoin cash (BCH).

Em entrevista ao The Block, Boggiano mencionou um assunto bem discutido no mercado cripto atualmente: o grau de interesse entre investidores institucionais. Boggiano sugeriu que “existem muitos indícios de que players institucionais estão entrando e continuarão a entrar nesse mercado”.

“Não são apenas indivíduos comuns com alto poder aquisitivo”, afirmou ela.

“Estamos observando um interesse significativo na CME. Geralmente, não são pessoas que negociam na CME; são instituições. Instituições que negociam trigo e petróleo, por exemplo, estão migrando para futuros de cripto. Vemos uma mudança institucional, na minha opinião, como indicam os números sendo divulgados.”

Boggiano afirmou que a empresa pode fornecer “uma plataforma robusta onde formadores de mercado podem se sentir confortáveis em oferecer liquidez reduzida”.

Recentemente, a equipe do The Block Research analisou como o setor de ofertas institucionais evoluiu nos últimos anos. Até agora, US$ 2,1 bilhões foram alocados a empresa que atendem instituições.

Coinbase é uma das corretoras já existentes que fornece serviços a instituições que desejam participar da indústria cripto (Imagem: Crypto Times)

Competição acirrada

O lançamento da CrossTower vem em uma época em que outras plataformas querem ampliar suas ofertas instituições. Na Coinbase, a corretora anunciou ter contratado um executivo da Barclays para atrair Wall Street a realizar negócios com a empresa sediada em São Francisco.

Enquanto isso, ErisX melhorou suas capacidades de negociação por bloco. Blockchain.com reformulou sua corretora — que afirmava ser a mais rápida do ecossistema quando foi lançada — para Blockchain Exchange no início do ano.

CrossTower planeja se diferenciar das competidoras de mercado ao fornecer um novo cronograma de taxas — para o mercado cripto, pelo menos.

Geralmente, plataformas de corretagem incentivarão formadores de mercado com abatimentos para acrescentarem liquidez à plataforma. No caso da CrossTower, a empresa irá pagar para que “takers” (que aceitam ordens de mercado criadas) negociem.

O modelo “maker”/”taker” para negociações é discutido há tempos em Wall Street. A estrutura de precificação paga abatimentos transacionais para formadores (“makers”) de mercado e cobra negociadores que tomam liquidez, ou seja, takers do mercado.

Grande parte das corretoras cripto cobram pela negociação tanto de makers quanto de traders, mas há algumas exceções, como Paxos, que fornece abatimentos para makers.

“O custo para o varejo pela negociação de criptoativos é muito alto e queremos incentivar clientes de varejo a negociarem com testes de liquidez”, afirmou Boggiano.

O alto custo de negociação para clientes de varejo foi bem-documentado pelo The Block Research.

Taxas de negociação (volume mensal de US$ 10 mil) (Imagem: The Block)

Os abatimentos para takers estarão disponíveis para todos os tipos de clientes.

A empresa afirmou ter listado um número de fornecedores de liquidez e formadores de mercado — que foram atraídos aos controles de risco da empresa — para complementar o fluxo robusto do varejo.

“Formadores de mercado buscam por corretores com controles adequados de risco para que não sejam prejudicados em mercados voláteis”, Rathi disse.

“Isso ajuda a melhorar a confiança dos formadores de mercado e encoraja profunda liquidez. Lá fora, asseguramos formadores de mercado. Temos diferenças de preço (spreads) reduzidas e profundos livros de oferta.”

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