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Culpa das varejistas chinesas? Hang, da Havan, perde US$ 1,6 bi e despenca de lista de mais ricos

04 abr 2023, 17:47 - atualizado em 05 abr 2023, 2:19
Luciano Hang, dono da Havan
Luciano Hang caiu para 15º posição entre os brasileiros mais ricos (Imagem: Divulgação/Havan)

Luciano Hang, o CEO das lojas Havan, despencou na lista de pessoas mais ricas do mundo divulgada pela Forbes. A fortuna do empresário caiu de U$ 4,8 bi em 2021 para U$ 3,2 bi em 2022.

Com isso, Hang saiu da 586ª posição para a 905ª. No ranking do Brasil, o empresário saiu do top 10, em que ocupava a 10ª colocação, para a 15ª. O relatório da Forbes não indica quais são as razões para que o patrimônio líquido do bilionário tenha diminuído.

No entanto, recentemente, Hang expressou críticas à varejistas estrangeiras, apontando que estão dizimando pequenas, médias e grandes varejistas brasileiras sem pagar impostos, e pediu ajuda para combater este cenário, conforme a coluna de Guilherme Seto, no jornal A Folha de São Paulo.

As críticas foram direcionadas para as gigantes chinesas, Shein AliExpress, bem como para a singapurense, Shopee e a estadunidense, Wish.

De acordo com o material entregue por Hang e que a coluna teve acesso, apenas em impostos, as varejistas internacionais digitais farão com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em 2022, e ultrapassará R$ 100 bilhões, já em 2023.

Ainda, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, engrossou o coro em torno do assunto, pontuando que “não tem jeito de competir se você paga 37% de imposto e o outro não paga”.

Em participação no South Summit Brazil, a empresária apontou ainda que Instituto para o Desenvolvimento de Varejo (DIV), que reúne os principais varejos do Brasil, já está de olho na questão.

O IDV pretende reivindicar os mesmos direitos que as varejistas estrangeiras. “Nós não queremos pagar imposto porque eles não pagam. Queremos ter a mesma vantagem que o outro tem”, afirmou Trajano.

Para alívio de Luciano Hang e Luiza Trajano, há planos de taxação

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional estudam cobrar impostos de mercadorias importadas de sites estrangeiros de e-commerce, como a Shein e o Aliexpress, além da própria Shopee. O objetivo é inibir a concorrência de produtos provenientes da China e, assim, estimular as vendas das varejistas brasileiras.

Nesta segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que, entre as medidas para elevar a arrecadação do governo federal, o combate ao contrabando no comércio eletrônico deve gerar uma receita de até R$ 8 bilhões por ano.

Questionado por jornalistas se o projeto mira em lojas online chinesas, como Shein e Aliexpress, Haddad não mencionou as empresas que serão afetadas pela medida, mas afirmou que quem não está pagando imposto, terá que pagar.

“O problema todo é o contrabando. O comércio eletrônico faz bem para o país, estimula a concorrência, o que nós temos que coibir é o contrabando, porque está prejudicando muito as empresas brasileiras que pagam impostos”, disse.

“Todas as empresas podem operar no Brasil, o que não pode é fazer uma concorrência desleal com quem tá pagando imposto aqui”, completou.

Com Zeca Ferreira

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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