Estados Unidos (EUA)

Curva invertida de Treasuries precede toda recessão desde 1958, diz Fed

28 dez 2018, 12:57 - atualizado em 28 dez 2018, 12:59

“Uma das relações mais difundidas em toda macroeconomia é aquela entre o termo spread – a diferença entre as taxas de juros de longo prazo e de curto prazo – e a atividade econômica futura”.

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A constatação está inserida em paper de Michael D. Bauer e Thomas M. Mertens, postado no website do Federal Reserve Bank de São Francisco, no qual os acadêmicos avaliam que a curva invertida dos Treasuries pode afetar drasticamente o crescimento econômico dos EUA e inclusive causar uma recessão, ao reduzir as margens dos empréstimos bancários e causar uma contração no volume de empréstimos.

Neste sentido, os acadêmicos constatam que tal movimento invertido no mercado de renda fixa precedeu toda recessão nos EUA nos últimos 60 anos, a despeito do achatamento corrente na distância entre as taxas de juros dos títulos norte-americanos de 1 e 10 anos.

Probabilidade de recessão existe

Para fundamentar a argumentação, Bauer e Mertens utilizam modelo probit de econometria, para delinear probabilidades de futura recessão e o spread entre o juro curto e longo. A figura abaixo mostra a probabilidade baseada no spread do ano anterior.

“Spread de zero, no limiar crítico, é associado a uma probabilidade de 24%, indicado pela linha horizontal preta. A s probabilidades estimadas aumentam confiavelmente acima deste limiar em torno de recessões, como é evidente para as três recessões mostradas na figura. A partir de fevereiro de 2018, a probabilidade de recessão estimada é de 11%, o que é elevado, mas confortavelmente abaixo do limiar crítico, dado que o spread do termo ainda não está próximo de zero”, disparam os acadêmicos.

Menos preocupante

Por último, a despeito da referência histórico-estatística, os acadêmicos ressaltam que um spread baixo ou até negativo pode ser menos preocupante do que o usual, tendo em vista que experiências históricas não necessariamente se replicam no presente. Além disso, um fator difere do passado: o nível da Fed Funds Rate está baixo na comparação histórica.

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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
valter.silveira@moneytimes.com.br
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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