Destaques da Bolsa

CVC (CVCB3) derrete 12% após mais do que dobrar o prejuízo no 2T25

13 ago 2025, 11:04 - atualizado em 13 ago 2025, 11:59
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A CVC aumentou o prejuízo líquido em mais de 100% no segundo trimestre com piora no resultado financeiros e ações derretem na bolsa (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

As ações da  CVC (CVCB3) têm forte queda e lideram as perdas do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (13) em reação ao balanço do segundo trimestre (2T25). 

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Por volta de 11h20  (horário de Brasília), CVCB3 caía 15,09%, a R$ 1,97, na mínima do dia, após leilão por oscilação máxima permitida. Acompanhe o Tempo Real. 



A companhia de turismo registrou um prejuízo líquido de R$ 46,4 milhões entre abril e junho, 109,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2024.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 92,3 milhões, alta de 28,3% no ano. Apesar do salto com as despesas com vendas, a margem subiu de 70,3% para 92,3% na mesma base.

Na avaliação do BTG Pactual, os números do balanço foram “mistos”. 

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“Apesar do sólido crescimento de reservas e Ebitda — acima das nossas expectativas —, o prejuízo líquido acelerou em relação ao ano anterior — ficando abaixo das nossas estimativas —, principalmente impactado por resultados financeiros piores”, afirmaram os analistas Luiz Guanais, Yas Cesquim e Pedro Lima em relatório. 

Brasil e Argentina trazem bons números

A equipe ainda considerou que o balanço mostrou tendências operacionais “decentes” nas reservas do Brasil e da Argentina, bem como sinais melhores na frente da rentabilidade. 

Contudo, os resultados consolidados continuam a ser prejudicados pelas altas despesas financeiras, “impedindo a CVC de entregar um resultado final positivo”. A empresa teve, nessa frente, um prejuízo de R$ 74,8 milhões, contra R$ 16,6 milhões no 2T24. Entre os destaques na linha, ficaram os maiores gastos com juros em antecipação de recebíveis e a tributação sobre operações financeiras.

O banco manteve a recomendação neutra para CVCB3 em meio a incertezas sobre a recuperação e o crescimento da concorrência com as agências de viagens online (OTAs). 

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O preço-alvo é de R$ 3,00 nos próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 29,3% sobre o preço de fechamento de ontem (12). 

CVC enxerga falta de cruzeiros impactando 2º semestre

A CVC está prevendo um impacto maior no segundo semestre ante a primeira metade do ano sobre suas operações pela falta de oferta de navios de cruzeiros, o que tem feito a empresa avaliar a possibilidade de contratar navios próprios.

O impacto do segmento marítimo sobre as operações da maior companhia de viagens do Brasil “foi relevante no primeiro semestre e vai ser mais relevante no segundo porque quanto mais se aproxima a temporada de verão mais a participação do marítimo cresce e o impacto vai se aprofundando”, disse o presidente-executivo da empresa, Fabio Godinho, em conferência com analistas nesta quarta-feira.

“E não temos o que fazer porque temos 30% menos de inventário”, disse o executivo, citando que a MSC “está com dois navios a menos e a Costa está com um a menos”.

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“Estamos vendo de voltar a trazer navios próprios para não ficarmos expostos a esse tipo de redução”, acrescentou, dando como exemplo o mercado do Rio de Janeiro, com forte presença de vendas de minicruzeiros. “Esse mercado praticamente acabou este ano.”

Godinho ainda citou outros impactos sobre as operações da empresa no primeiro semestre derivados do cada vez mais complexo cenário geopolítico internacional. Isso inclui a guerra de Israel na Palestina, que gerou muitos cancelamentos de viagens de grupos religiosos, além das incertezas sobre a política imigratória dos Estados Unidos, que atingiu viagens como as de grupos de intercâmbio.

Apesar disso, o executivo citou que o cenário aéreo para a CVC na segunda metade do ano está mais favorável que o do primeiro semestre, quando a companhia aérea Azul promoveu forte esforço para venda de passagens aéreas em antecipação à recuperação judicial.

  • LEIA TAMBÉM: Leitores do Money Times acessam em primeira mão análises e recomendações sobre a temporada de balanços; vai ficar de fora dessa?

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.