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CVC (CVCB3) enfrenta tombo de 7%, apesar de ‘tendências positivas’ no balanço; com a ação, analistas querem ‘esperar para ver’

27 mar 2024, 13:15 - atualizado em 27 mar 2024, 13:15
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CVC reporta prejuízo no quarto trimestre de 2023 (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

A reação dos investidores nesta quarta-feira (27) com a CVC (CVCB3) sugere que a companhia decepcionou ao entregar seus resultados do quarto trimestre de 2023.

Por volta das 13h10, os papéis da empresa lideravam as baixas do Ibovespa. O tombo superava os 7%.

Apesar da melhora na linha do lucro, a companhia não conseguiu sair do prejuízo, tendo entregado no fim do ano passado perdas de R$ 74,5 milhões.

O Ebitda sofreu um tombo de 34,3% no comparativo anual, totalizando R$ 54,3 milhões. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 86,4 milhões.

Por outro lado, a receita líquida cresceu mais da metade e chegou a R$ 492 milhões nos últimos três meses de 2023.

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CVC sinaliza tendências positivas no balanço

É possível encontrar tendências positivas nos números reportados pela CVC, avaliam analistas do mercado. Segundo o Bradesco BBI, que classificou o balanço como misto, embora a companhia precise mostrar sinais de melhora na alavancagem operacional para “gerar caixa de forma sustentável” mais para frente, foi possível ver que as reservas B2C registraram uma “melhoria sólida”, tanto em crescimento quanto em rentabilidade.

“Além disso, a CVC conseguiu apresentar uma sólida recuperação na margem Ebitda, como resultado de suas rigorosas iniciativas de controle de custos, que devem continuar surtindo efeito à medida que a empresa reduziu seu quadro de funcionários em 10% em janeiro de 2024”, acrescentam Felipe Cassimiro, do BBI, e Flávia Meireles, da Ágora Investimentos, em comentário pós-resultados.

O foco na rentabilidade que se seguiu no quarto trimestre é um aspecto levantado por analistas. As despesas operacionais recorrentes da CVC apontaram queda de 15% no comparativo anual, com as despesas gerais e administrativas recuando 28% após ajustes no quadro de funcionários e no aluguel, destaca o BTG Pactual.

“Isto foi parcialmente compensado por maiores despesas com vendas (aumento de 12% a/a), impactadas por maiores investimentos em marketing (aumento de 126% a/a) e custos de cartão de crédito”, completa o banco.

A CVC encerrou o quarto trimestre com uma geração de caixa de R$ 261 milhões, com a posição de caixa terminando em R$ 483 milhões. A companhia também chegou a R$ 842 milhões em recebíveis, R$ 712 milhões em adiantamentos a fornecedores e R$ 790 milhões em dívida financeira (sendo R$ 161 milhões no curto prazo).

Do fundo do poço a um dos maiores beneficiários com a recuperação da demanda

A recuperação em curso da CVC tem agradado o BTG. De acordo com a instituição, depois de atingir o fundo do poço em 2020 e 2021, a empresa deve ser um dos principais beneficiários da recuperação da demanda de viagens, “ao mesmo tempo que explora as suas fortes relações de longo prazo com a fragmentada indústria hoteleira e as companhias aéreas”.

Para o banco, a escala e o poder de negociação deve ajudar a CVC a desbloquear o seu potencial de crescimento.

No entanto, os analistas enxergam grandes desafios para a companhia, como a complexidade em alinhar sua base de franqueados e o crescimento/concorrência online, “tornando-a uma tese mais arriscada do que outros players do setor”.

Por enquanto, a recomendação do BTG e do BBI para as ações segue neutra. No caso do BBI, o time de análise está em modo de espera até que as iniciativas que estão sendo implementadas pela CVC comecem a gerar resultados financeiros positivos.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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