Cyrela (CYRE3): BB eleva preço-alvo e mantém recomendação de compra

O BB Investimentos manteve recomendação de compra para as ações da Cyrela (CYRE3) e elevou o preço-alvo de R$ 31 para R$ 39, após a construtora divulgar sua prévia operacional do terceiro trimestre (3T25).
O novo valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 35% em relação à última cotação, de R$ 28,82.
No acumulado deste ano, os papéis da companhia avançam 73%, superando o desempenho do Índice Imobiliário (IMOB), que sobe 53%, e do Ibovespa, que apresenta alta de 18% no mesmo período. Acompanhe o tempo real.
Em relatório, o analista Felipe Mesquita afirma que a Cyrela voltou a acelerar o ritmo de lançamentos e tem mantido bom desempenho de vendas no segmento de alto padrão.
A incorporadora mais que dobrou seu volume lançado nos nove primeiros meses de 2025 (9M25) em relação ao mesmo período de 2024, somando R$ 9,67 bilhões – um avanço de 105%.
Embora em ritmo bem mais contido, as vendas líquidas também cresceram, atingindo R$ 6,8 bilhões, alta de 19% na comparação anual.
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Nova estrutura de crédito imobiliário
Segundo Mesquita, o desempenho dos resultados sinaliza que a gestão da companhia enxerga oportunidades mesmo em um ambiente de juros altos.
O analista acrescenta que o novo modelo de crédito imobiliário, anunciado pelo governo federal na última semana, deve beneficiar a construtora, já que terá como foco os projetos fora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
“As novas condições, que dentre outros pontos eleva o valor teto de imóveis de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões para financiamentos em linhas do SFH, podem gerar demanda adicional por imóveis de médio e alto padrão oferecidos pela Cyrela”, afirma.
Mesquita ressalta ainda que, mesmo com unidades maiores e preço final acima do teto do SFH, a incorporadora mantém velocidade de vendas (VSO) de 50% nos últimos 12 meses — ritmo considerado forte.
“Enxergamos a Cyrela em posição de destaque em seu setor de atuação, entregando números sólidos mesmo em um cenário de juros elevados e encontrando os produtos adequados para melhor absorção em suas praças de atuação”, escreveu.
O analista do BB também destaca que a alavancagem financeira segue controlada e elogia a redução do custo médio da dívida corporativa, que passou de entre 99,1% do CDI e CDI +0,62% para entre 98,2% do CDI e CDI +0,52%, além do leve alongamento do prazo médio de 3,3 para 3,5 anos.
Desafios à frente
Entre os principais riscos à tese de investimento, a casa cita um possível ritmo menor de vendas de estoque e a manutenção da Selic em patamares elevados por mais tempo, o que poderia limitar a demanda por financiamentos imobiliários.
O relatório também aponta aumento de custos, despesas com distratos e contingências, além da concorrência mais acirrada em praças como São Paulo e Rio de Janeiro, que estão entre as mais disputadas do país tanto na oferta de novos empreendimentos quanto na competição por terrenos.