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Dasa (DASA3): Com Amil, empresa ganharia importante arma para enfrentar D’or (RDOR3), avalia Safra; ação dispara 15%

11 jun 2024, 16:38 - atualizado em 11 jun 2024, 16:40
dasa amil processo de fusão entre as empresas
O movimento corrobora a consolidação por qual vem passando o setor em meio à queda dos papéis na bolsa (Imagem: Divulgação/ Dasa)

A Dasa (DASA3) confirmou que está em negociação para juntar o seu portfólio à Amil, algo que era especulado pelo mercado há semanas.

O movimento corrobora a consolidação por qual vem passando o setor em meio à queda dos papéis na bolsa. Mesmo com a disparada de 15% de hoje, a ação acumula queda de 48% no ano, por exemplo.



O acordo, segundo fato relevante, prevê que:

  1. Dasa e Amil teriam cada uma 50% do capital da Ímpar Serviços Hospitalares S.A;
  2. haveria transferência de, pelo menos, R$ 3 bilhões da dívida da Dasa para a Ímpar, sendo R$ 3,85 bilhões o atual valor discutido;
  3. não fariam parte dessas transações os hospitais Rede Américas localizados no Ceará e Rio Grande do
    Norte e os hospitais verticalizados da Amil;

“A companhia não pode garantir nesse momento que tal negociação será concluída ou que os termos finais da transação estarão de acordo com as negociações atualmente em curso”, informou.

Segundo o Safra em comentário enviado a clientes, a transação poderá remodelar ainda mais o setor de saúde brasileiro.

A proposta de fusão entre as divisões hospitalares da Amil e da Dasa resultaria na criação de uma rede hospitalar significativa, composta por:

  • 40 hospitais e 6.400 leitos, concentrada em municípios ricos como São Paulo (totalizando 3.119 leitos: 1.308 leitos da Dasa e 1.811 da Dasa Américas), Rio de Janeiro (totalizando 1.553 leitos: 764 leitos da Dasa e 789 das Américas) e Brasília (totalizando 644 leitos: 560 leitos da Dasa; 84 das Américas);

Com isso, a participação de mercado da Dasa em São Paulo, por exemplo, poderia dobrar de 8,6% para 20,6%. No Rio, a participação passaria de 9,3% para 18,6% e em Brasília de 16,2% para 18,6%.

“A combinação de presenças permitirá à nova empresa reforçar a sua presença em municípios-chave, ao mesmo tempo que complementa o seu negócio hospitalar em novos municípios, especialmente onde a Amil tem uma forte rede de beneficiários”, explica.

Arma contra Rede D’or

Apesar de dizer que o novo perfil da potencial empresa será uma ‘incógnita’, os analistas notam que há mais pontos positivos do que negativos. O principal deles seria a união de uma das maiores seguradoras de saúde do Brasil apoiando os hospitais.

Não custa lembrar que em fevereiro de 2022, a Rede D’Or (RDOR3) comprou os planos de saúde SulAmérica (SULA11).

“A Rede D’Or/Sulamérica e o Bradesco emergiram como forças dominantes no lado não verticalizado do setor, tornando a vida muito mais difícil para os prestadores de serviços de saúde independentes”, explica.

A recomendação do Safra é de compra, pois, apesar da alta alavancagem e dos riscos de execução, “acreditamos que a empresa possui uma sólida base de ativos e o foco da administração na recuperação oferece um potencial de crescimento interessante”.

Qual o potencial da nova empresa?

O Safra destaca que não há detalhes sobre os dados financeiros dos ativos que devem ser incluídos no negócio, o que torna mais difícil estimar a avaliação potencial e a alavancagem pós-negócio de cada uma das divisões da Dasa.

A governança da Nova Empresa também não é inteiramente conhecida, embora o fato da Dasa e a Amil
terem propriedade igual sugere poderes equivalentes.

Para os analistas, é crucial que a Amil (cerca de 3,2 milhões de beneficiários) concorde com algum tipo de contrato de longo prazo com a Nova Sociedade, a fim de mitigar riscos e melhorar o posicionamento competitivo da empresa.

Vai precisar chamar capital?

Outra questão, segundo o Safra, é que provavelmente a Dasa precisará de uma injeção de capital, visto:

  • o alto nível de alavancagem da Dasa (3,5x dívida líquida/EBITDA LTM, conforme relatado pela empresa), mesmo após o aumento de capital já avançado pelo controlador acionista;
  • o fato de a Amil ter sido adquirida em um negócio e, portanto, também alavancada;
  • a transferência de dívida de uma entidade para outra pode não resolver totalmente a questão da alavancagem.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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