Day Trade

‘Day trade não é bet, é preparo’: Ele quebrou em menos de uma semana e usou a experiência para criar seu próprio negócio

01 nov 2025, 11:00 - atualizado em 31 out 2025, 15:12
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(Foto: iStock/peshkov)

A estatística é conhecida no mercado: grande parte dos que tentam operar day trade acaba sofrendo prejuízos e desistindo em pouco tempo. Um estudo divulgado em setembro pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que quase 1 milhão de brasileiros perderam, em conjunto, R$ 9,9 bilhões entre 2020 e 2023 com day trade.

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Para Gabriel Jardim, CEO e fundador da plataforma de treinamento Trade Arena, a grande explicação para a quantidade de pessoas que sai no prejuízo não está no mercado, mas na mente do operador: “Day trade não é bet, é preparo”, diz.

A defesa de Jardim é enfática e vem da experiência de quem já esteve do outro lado. Aos 17 anos, após um período de ganhos consistentes no simulador, ele decidiu operar na conta real, certo de que ficaria milionário. O resultado foi rápido e devastador: “quebrou” em menos de uma semana.

Após o fracasso inicial, Jardim foi trabalhar no mercado financeiro, passando por casas como Ágora e XP, sempre focado na mesa de operações. A surpresa foi constatar que sua história era a regra, não a exceção.

“O que eu vi era que os meus clientes tinham o mesmo problema que eu”, conta. “Ia para o simulador, ganhava uma semana, então já não aguentava e ia para a conta real. Dali em diante, não durava uma semana ou um mês”.

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Perder R$ 300, em vez de R$ 30 mil

Na visão de Jardim, o problema central é o “abismo” que existe entre o simulador tradicional e a conta real. O primeiro, segundo ele, é “chato” e não engaja, pois não há nada de concreto em jogo. Enquanto isso, a conta real exige um aporte financeiro e um preparo psicológico que o iniciante ainda não tem.

Ele culpa a imagem vendida no passado, de que seria possível ganhar dinheiro fácil, e a percepção de alguns, de que o trade funciona como um mercado de aposta. “Diferente das bets, que realmente são imprevisíveis, no mercado você tem uma lógica por trás”, afirmou.

No entanto, segundo o empreendedor, estudar e se preparar para operar day trade pode ter um custo muito elevado, comparável a cursos universitários de medicina.

Para tentar resolver essa dor, a plataforma dele, a Trade Arena, criou a “Conta Safe”, que hoje é seu carro-chefe. A ferramenta funciona como um simulador remunerado, mas com uma lógica que Jardim chama de “desalavancagem”.

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Na prática, o usuário aporta um valor pequeno, a partir de R$ 25, e escolhe operar um saldo simulado muito maior. Por exemplo, pode aportar R$ 50 e operar como se fossem R$ 2.000. Caso consiga dobrar este valor, para R$ 4.000, o valor aportado dobra para R$ 100, que ele pode sacar.

“A ideia é que a pessoa consiga chegar no mercado, conhecer o day trade. Às vezes, vai ver que não é para ele, só que ele vai descobrir isso perdendo R$ 300, em vez de perder R$ 30 mil”, afirma.

Expansão do day trade

Fundada em 2022, a empresa de Jardim hoje reúne 40 mil usuários e viu seu faturamento saltar mais de 10 vezes entre julho e dezembro do ano passado, após a integração da plataforma ao Profit, da Nelogica.

A parceria com uma das principais plataformas utilizadas em competições e por traders profissionais alavancou o faturamento da Trade Arena, que deve chegar a R$ 10 milhões em 2025. A meta, inclusive, é superar os R$ 30 milhões em 2026.

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Jardim vê sua empresa em um contexto de mercado maior. Segundo ele, a B3 estaria em um movimento para tornar os derivativos mais acessíveis, com a redução da margem de microcontratos, para competir com a barreira de entrada menor de criptomoedas e das bets.

Ele afirma que a bolsa brasileira tem feito parcerias para campeonatos, como alguns que a Trade Arena já realizou com a própria B3, Warren e BTG Pactual, fomentando esse mercado.

Na semana passada, por exemplo, a Copa BTG Trader, realizada em parceria com a B3 e a Nelogica, premiou o vencedor com R$ 1 milhão, além de distribuir uma premiação menor aos 100 melhores colocados.

Enquanto isso, a Trade Arena planeja expandir sua plataforma de treinamento. Após focar em dólar e índice, a empresa já adicionou o contrato futuro de bitcoin e planeja incluir ações e outras criptomoedas nos próximos meses.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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