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De olho no boi: O que esperar para o mês de dezembro no mercado de carne bovina?

01 dez 2023, 17:02 - atualizado em 01 dez 2023, 17:02
boi gordo carne bovina
Com o início do mês e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, a perspectiva é de que preços firmes persistam no mercado do boi gordo (Foto: Pixabay)

O mercado do boi gordo contou com poucas variações em novembro, com o indicador Cepea/Esalq do animal acumulando alta de 0,93% no mês.

Vale lembrar que 2023 ficou marcado por um ano de forte queda nos preços em função do ciclo pecuário favorável no Brasil.

Com isso, o Agro Times ouviu alguns especialistas sobre o mercado de proteína animal em dezembro, assim como as perspectivas para exportações e preços em 2024.

Arroba do boi gordo

Até o final do ano, os preços do boi gordo devem seguir firmes e novas altas não estão descartadas, puxadas, principalmente, pela melhora no consumo interno que costuma ocorrer nesse período de festas de final de ano, comenta Allan Maia, analista da Safras & Mercado.

No começo de 2024, o consumo interno de carne bovina e as exportações perdem força, e com o atual quadro de El Niño impactando as pastagens brasileiras, a oferta de boiadas deve seguir ditando o ritmo de preços, na visão de Scot Consultoria.

Durante novembro, o mercado do boi terminou o mês com firmeza nas praças pecuárias Brasil afora.

Com a demanda pela carne bovina aquecida nos mercados interno e externo e, pautadas numa redução da oferta de boiadas destinadas ao abate, as cotações do “boi comum”, da vaca e da novilha subiram nas praças paulistas, na comparação diária.

Com isso, as cotações ficam em R$ 245,00 por arroba para o “boi China”, R$240,00 por arroba para o “boi comum”, R$220,00 por arroba para a vaca e R$230,00 por arroba para a novilha, todos os preços brutos e a prazo.

Atacado e varejo

Na comparação feita semana a semana, os preços no mercado atacadista de carne com osso e sem osso tiveram comportamentos distintos, segundo a Scot.

Em São Paulo, os preços no varejo seguem o comportamento típico de final de ano, com incremento nos preços pela sétima semana consecutiva. O volume de carcaça destinado às vendas no atacado nesta semana parece ter diminuído, o que resultou em incrementos positivos.

A cotação da vaca casada ficou estável e a da novilha casada aumentou 0,3%, precificadas em R$ 14,50/kg e R$ 15,00/kg, respectivamente. A cotação da carcaça casada de bovinos castrados também teve ajuste positivo de 0,3%, negociada em R$ 15,63/kg, e houve recuo de 2,2% na cotação da carcaça de bovinos inteiros, precificada em R$ 14,75/kg.

No atacado de carne sem osso, a média geral dos cortes monitorados caiu 0,3%, puxada pelos cortes de traseiro, que caíram 0,6%, puxados pela queda nos preços da alcatra com maminha e do patinho. Dentre os cortes de traseiro, apenas os preços da picanha (A e B) subiram.

Já a média de preços dos cortes de dianteiro registrou alta de 0,7% na semana, puxada pela paleta sem músculo (alta de 1,7%) e do lombinho (1,3%).

No varejo, as médias dos preços foram distintas nas praças. Em São Paulo e Rio de Janeiro, as médias subiram 0,2% e 1,2%, respectivamente. Nas praças paranaense e mineira, entretanto, caíram 0,3% e 0,2%, na sequência.

Com o início do mês e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, a perspectiva é de que preços firmes persistam, pautados na possibilidade de melhora na demanda e menor oferta de matéria-prima (boi gordo).

Exportações de carne bovina

No acumulado do ano, até outubro, a exportação de carne bovina in natura chegou a 1,6 milhão de toneladas, volume 5,9% menor que o registrado no mesmo período de 2022, com 1,7 milhões de toneladas.

Em novembro, foram exportadas 187,9 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária embarcada 26,3% maior que o registrado em novembro/22.

Assim, o volume consolida este o mês de novembro de 2023 como melhor da história, e somado ao volume já embarcado, coloca este ano como o segundo melhor na história. Apesar disso, os preços pago pelos importantes seguiram em baixa.

“Dezembro deve ser um mês com volumes menores do que foi novembro. O trâmite para que a carne bovina chegue até a China, nosso principal cliente, leva entre 60 a 80 dias, e o momento de maior demanda local é o Ano Novo Lunar, que ocorre em meados de fevereiro do próximo ano”, explica Felipe Fabbri, da Scot.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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