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Carrefour precisará melhorar, se quiser recomendação de compra de analistas

12 maio 2020, 11:46 - atualizado em 12 maio 2020, 12:02
Carrefour Brasil Supermercados
O lucro líquido de R$ 363 milhões do Carrefour Brasil ficou 20% abaixo das estimativas da XP Investimentos (Imagem: Reuters/Regis Duvignau)

O Carrefour Brasil (CRFB3) apresentou, no geral, resultados neutros do primeiro trimestre de 2020, com alguns números vindo menores do que o esperado pelos analistas.

O lucro líquido de R$ 363 milhões ficou 20% abaixo das estimativas da XP Investimentos, enquanto o Ebitda de R$ 1,1 bilhão veio 6% inferior às projeções realizadas pela corretora.

Dentre os segmentos administrados pela companhia, o Banco Carrefour teve destaque negativo pelo aumento das provisões, que subiram junto com a inadimplência durante a pandemia do coronavírus.

“Apesar da surpresa negativa no lucro reportado pela companhia, acreditamos que os investidores já esperavam um aumento de provisões extraordinário pela operação financeira do Carrefour com o fim de fortalecer o índice de cobertura do banco”, ressaltou Pedro Fagundes, analista de varejo da corretora.

A XP continua vendo o múltiplo atual de 16 vezes o P/L (preço sobre lucro) para 2020 (contra 10 vezes do Grupo Pão de Açúcar) como justo, e por isso manteve recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 22 para o fim de 2020.

Pontos positivos

O UBS também esperava por números maiores no trimestre. Embora os resultados tenham ficado abaixo das expectativas do banco, o segmento do Atacadão e as vendas no varejo se destacaram positivamente, beneficiados pela corrida dos consumidores aos supermercados.

As vendas no e-commerce também foram expressivas, tendo o segmento alimentício crescido 189% na comparação anual.

O UBS decidiu pela recomendação neutra do ativo, com preço-alvo em 12 meses de R$ 22,50. O cenário mais otimista aponta para o preço de R$ 27,30 por ação, e o mais negativo para R$ 16,30.

Cautela

Carrefour CRFB3
Para os analistas do Safra, “o Carrefour está mais cauteloso neste momento de turbulência e incertezas” (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O Safra seguiu o mesmo caminho das outras corretoras e apresentou em sua análise recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26, tendo a redução das margens como a maior frustração da tese.

O banco, porém, não espera que os dados trimestrais sejam um grande catalisador para o preço do papel da varejista.

“Nossa visão é de que o Carrefour está mais cauteloso neste momento de turbulência e incertezas”, afirmaram Guilherme Assis e Felipe Reboredo, membros do time de analistas do Safra. Eles também destacaram que a companhia já havia reportado um pico de vendas em 28 de abril, em meio a dados mais preocupantes da covid-19.

Na contramão

Na avaliação da Ágora Investimentos, o balanço do Carrefour veio sólido, considerando que o crescimento de custos adicionais já era esperado em decorrência da pandemia.

“A diferença do lucro líquido reportado versus nossas estimativas não deve causar muita preocupação, uma vez que todas as instituições financeiras estão em processo de aumento de provisões devido ao coronavírus”, garantiu a corretora.

No entanto, a recomendação para o papel foi mantida como neutra. A Ágora não tem uma visão mais positiva das ações nos níveis atuais de negociação.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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