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De vilã a mocinha: carne bovina dá trégua para bolso do consumidor

15 ago 2022, 11:45 - atualizado em 15 ago 2022, 11:45
inflação icms
Dos 15 cortes monitorados nos supermercados, dez registraram queda no preço. (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A carne bovina voltou a entrar na lista de compras dos brasileiros depois da disparada em meados da pandemia. No mês de julho, o produto registrou queda no preço, com destaque para o filé mignon e a fraldinha.

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De acordo com o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), dos 15 cortes monitorados nos supermercados, dez registraram queda no preço.

O acumulado do ano soma alta de 4,71%, mas já são dois meses de queda: -0,56% em julho e -1,38% em junho. O maior recuo no mês foi o da fraldinha, com 3,32%. Já no acumulado de 2022, o campeão de deflação é o filé mignon, que está 12,06% mais barato.

Veja os cortes que mais caíram no mês:

Corte Variação em julho
Fraldinha -3,32%
Picanha -3%
Lagarto -2,82%
Músculo -1,93%
Braço -1,60%
Acém -1,35%
Coxão duro -1,16%
Alcatra -0,39%
Patinho -0,12%
Contrafilé 0,16%
Coxão mole 0,35%
Costela bovina 0,37%
Filé mignon 0,47%
Fígado 4,07%

Diego Pereira, economista-chefe da APAS, afirma que essa queda no preço dos cortes bovinos é reflexo do ajuste de acomodação de oferta e procura, uma vez que o preço das carnes no final de 2021 resultou na alteração no comportamento do consumidor, que migrou do consumo de bovinos para suíno.

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“O consumo de bovino caiu 9% no primeiro semestre de 2022 quando comparado a 2021 e o suíno obteve uma elevação de consumo em 28% no mesmo período”, destaca.

Dentre as proteínas animais, os cortes suínos permanecem como uma opção atrativa para o consumidor, com queda de 5,38% no acumulado do ano, mesmo com leve alta de 2,92% no mês de julho.

Na contramão, o preço das aves tem sido impactado pela quebra da produção norte-americana por conta da gripe aviária. A perspectiva para o segundo semestre é desafiadora, uma vez que não está descartada a possibilidade de um novo surto da doença nos Estados Unidos e na Europa. No acumulado do ano dos últimos 12 meses, esta proteína animal acumula alta de 20,27%, sendo 0,82% no mês de julho.

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Laticínios

Os leites e derivados continuam sendo os vilões dos supermercados. O leite registrou altas na inflação de 21,52% em julho e de 71,66% no acumulado do ano.

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O segundo semestre deve trazer estabilidade ao preço do produto e de seus derivados, já que o Brasil elevou as importações de leite em pó em 30% e reduziu as exportações em 8% nos primeiros seis meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado.

O produto ainda sofre com a diminuição das pastagens no sul do país por conta da estiagem, o que faz os pecuaristas gastarem mais com ração animal, e o peso da inflação em toda cadeia de produção, com a elevação dos custos logísticos e das matérias-primas.

Frutas e verduras

Os hortifrutigranjeiros (produtos in natura) apresentaram deflação de 4,54% em julho. A queda das verduras chegou a 9,61%. Em compensação, as frutas subiram 3,23% no mês.

Além das alterações climáticas que comprometeram as safras de diversas culturas no ano passado, o setor agrícola lida com a elevação dos preços internacionais dos fertilizantes importados.

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Bebidas

As bebidas alcoólicas apontaram inflação de 0,72%. A cerveja, item de maior peso na cesta, subiu 0,60% – o aumento tem relação com reajuste do malte, produto importado que sofre pressão com a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Já as bebidas não alcoólicas tiveram elevação de 1,39%, com o item refrigerante registrando aumento de 1,57% no mês e acúmulo de 16,59% nos últimos 12 meses. Nesse caso, os custos logísticos e a cotação internacional do açúcar foram os fatores de pressão.

Produtos de limpeza

Os preços dos produtos de limpeza apresentaram inflação de 2,33% no período e de 23,60% nos últimos 12 meses. O maior peso ficou para o sabão em pó, que subiu 3,62% em julho. Os artigos de higiene e beleza registraram aumento de 1,89%, índice impactado pelo preço do sabonete, que subiu 4,40% no mês.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.