Renda Fixa

Debêntures, CRIs, CRAs: Como foi o ano de “abundância” dos papéis de dívida privada e o que esperar de 2025

09 dez 2024, 16:30 - atualizado em 09 dez 2024, 16:30
crédito privado - debentures - cri - cra -lci-lca
(Imagem: Edson Souza / iStock)

2024 foi um ano controverso. Enquanto em janeiro se falava em queda da taxa Selic, agora nos últimos dias do ano o mercado aguarda mais uma alta de 1 ponto percentual do Comitê de Política Monetária (Copom). Com isso, a aversão a risco tomou conta entre os investidores e empresas e fez desse um ano de “abundância” entre os papéis de dívida privada.

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“Para as empresas que captaram via estes instrumentos isentos (Debêntures, CRIs e CRAs), 2024 foi um ano de abundância. O mercado migrou de forma volumosa, visto as altas taxas em termos nominais, uma vez que o Brasil passa por momento de estresse nos prêmios de risco. Com isso, as empresas se beneficiaram, houve crescimento dos investimentos e o mercado evoluiu”, explicou Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter.

Segundo os dados da Anbima, de janeiro a outubro as ofertas no mercado de capitais superaram o ano de 2021 e já se tornou o melhor ano da série histórica. Foram R$ 633,6 bilhões captados no período de dez meses.

As emissões de debêntures atingiram R$ 65,7 bilhões em outubro, o maior volume mensal já registrado, e que levou o acumulado de 2024 a R$ 381,4 bilhões, valor também recorde e que já supera todos os anos completos anteriores.

Enquanto isso, as ofertas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) chegaram a R$ 49,6 bilhões, também ultrapassando os demais anos. Nesses mesmos 10 meses, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) somaram R$ 31,6 bilhões.

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Vale lembrar que, em fevereiro, Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou os lastros exigíveis para os títulos incentivados (CRIs, CRAs, LCIs e LCAs), além de modificar os prazos mínimos de vencimento, que foram alterados de 90 dias para nove meses. Tais medidas favoreceram ainda mais as debêntures.

O cenário visto hoje também ajuda os números recordes apresentados. Com uma inflação desancorada e acima do teto da meta, além do dólar em R$ 6 e taxas DI chegando a 14%, as empresas se viram sem alternativa a não ser captar por meio de títulos de dívida privada.

Porém, Winalda destaca que ao passo em que a demanda por estes ativos foi crescendo e o cenário fiscal e de prêmios foi deteriorando, os spreads destes títulos também foram sendo pressionados.

“Assim, o ano se encerra em meio a dificuldades para encontrar excelentes oportunidades no mercado com risco/retorno condizentes”, avalia.

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Como será o ano de 2025 para os papéis de dívida privada?

Para 2025, o analista pondera que o cenário ainda deve trazer alguns desafios, mas entende que também há oportunidades. “Os instrumentos de crédito privado isentos devem continuar dominando na captação, em razão da sua própria natureza e atratividade. Mas o desafio de um cenário de juros mais altos pode seguir limitando os spreads, que podem continuar mais baixos”, explica.

Winalda destaca que os componentes que podem movimentar o mercado são uma atividade econômica mais fraca, impactando no fluxo de caixa das empresas mais alavancadas. A consequência disso seria um impacto no fluxo de pagamentos, bem como uma queda geral de juros, melhorando então a relação risco-retorno destes ativos.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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