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Decadência das exportações de boi em pé deverá se agravar em 2021

19 maio 2021, 15:48 - atualizado em 19 maio 2021, 15:58
Gado Boi
Exportações de animais vivos tem no Pará o principal portão, mas em franca decadência em 2021 (Imagem: Arquivo/Agência Brasil/ASCOM ADEPARÁ)

As exportações de boi em pé estão despencando ano a ano, desde 2019, e em 2021 seguem praticamente zeradas até maio. As previsões são mais baixas ainda sobre os resultados do ano anterior.

O segmento, que chegou a incomodar os frigoríficos em determinadas regiões até 2018 – afinal, os dois competiam pelos mesmos animais -, sente a inação dos compradores.

Os mercados principais de animais vivo, onde o grosso dos bovinos chega para engorda e abate, são destinos turísticos prejudicados pela pandemia e alguns estão em crise econômica há anos.

Sem maior consumo de viajantes e uma grave conjuntura econômica, caso da Turquia, maior importador – cuja moeda, a lira, derreteu -, em 2020 a receita total caiu para US$ 217,1 milhões, em valor FOB (Free on Board; custos do cliente).

Correspondeu a 329 mil cabeças, de acordo com dados trabalhados pela Aliança Paraense da Carne (APC), com base em dados do governo. O Pará é o principal exportador.

Em 2019 as exportações chegaram a US$ 457 milhões e, no ano anterior, ao recorde de US$ 621 milhões. Quase o dobro em boiada.

Todos os outros oito países importadores de animais para abate, atrás da Turquia, são árabes – com exceção da Hungria, na 9ª posição -, também sentiram a pressão dos preços do petróleo sobre suas economias.

Os turcos, que importaram 104,9 mil cabeças de gado em 2020, gerando US$ 63 milhões de receita, substituíram a Venezuela, que até o agravamento da crise desde o início do governo Maduro era o principal destino de bois e vacas brasileiros.

O boi mais caro no Brasil é outro fator adicionado no afrouxamento da demanda externa por gado vivo. A China enxugando o mercado, diante de um rebanho mais acanhado, fez o segmento ficar menos competitivo, segundo, igualmente, a Abreav, outra entidade setorial.

Nas exportações totais, frisa-se, ainda há um volume a se considerar de animais para reprodução e búfalos.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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