Demanda mundial de petróleo e gás pode crescer até 2050; commodity recua
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (12) que a demanda global por petróleo e gás pode continuar a crescer até 2050, revisando suas projeções anteriores que apontavam para uma transição rápida para fontes de energia mais limpas. Segundo a agência, o mundo provavelmente não conseguirá cumprir integralmente as metas climáticas estabelecidas.
Nos últimos anos, a IEA sofreu pressão dos Estados Unidos para priorizar políticas de energia limpa, enquanto o governo de Donald Trump incentivou as empresas americanas a expandirem a produção de petróleo e gás. Durante a gestão de Joe Biden, a agência havia previsto que a demanda global de petróleo atingiria seu ápice ainda nesta década e que novos investimentos em combustíveis fósseis seriam desnecessários caso o planeta quisesse cumprir as metas climáticas.
O preço do petróleo nesta manhã. Por volta de 9h30, o tipo brent (referência internacional) recuava 1,03%, cotado a US$ 64,50 o barril. Já o WTI (referência nos EUA) caia 1,05%, cotado a US$ 60,39.
Políticas atuais, não metas climáticas
No relatório anual World Energy Outlook, a IEA projeta que, seguindo as políticas vigentes, a demanda por petróleo deve alcançar 113 milhões de barris por dia até meados do século, um aumento de aproximadamente 13% em relação a 2024. A previsão de demanda global de energia é de crescimento de 90 exajoules até 2035, 15% acima dos níveis atuais.
O estudo considera apenas políticas já implementadas ou anunciadas, e não as metas climáticas futuras. O relatório deste ano deixou de lado o cenário baseado em promessas, alegando que poucos países apresentaram planos concretos para o período de 2031 a 2035, tornando inviável a análise.
No cenário de políticas declaradas da agência — que leva em conta iniciativas anunciadas, mas não necessariamente adotadas — a demanda de petróleo atingiria seu pico por volta de 2030. A IEA ressalta que seus cenários representam possíveis desdobramentos, e não previsões definitivas.
Expansão do GNL
O relatório aponta ainda um aumento nas decisões de investimento em novos projetos de gás natural liquefeito (GNL) em 2025. Até 2030, operações somando cerca de 300 bilhões de metros cúbicos de capacidade anual de exportação entrarão em funcionamento, ampliando a oferta em 50%.
Seguindo as políticas atuais, o mercado global de GNL passará de 560 bilhões de metros cúbicos em 2024 para 880 bilhões em 2035 e 1.020 bilhões em 2050, impulsionado principalmente pelo crescimento de data centers e do setor de inteligência artificial.
*Com informações da Reuters