Demanda por galpões logísticos dispara em São Paulo e impulsiona setor no 2T25

O mercado de galpões logísticos de alto padrão em São Paulo registrou um forte desempenho no segundo trimestre (2T25), impulsionado pela alta demanda e pela entrada de grandes empresas no segmento.
Segundo relatório do BTG Pactual sobre o setor, a absorção líquida — diferença entre a área locada e a devolvida — somou 663 mil m² no período, o melhor resultado para um segundo trimestre desde 2014, revertendo o saldo negativo registrado nos três primeiros meses do ano.
Além disso, a taxa de vacância recuou ligeiramente, de 9,3% para 9,2%, reflexo das pré-locações e da forte procura por varejistas, como Mercado Livre, Shopee e Amazon.
O aumento da demanda também pressionou os preços para cima. O valor pedido pelos imóveis logísticos avançou 2,5% no 2T25, ultrapassando os R$ 30 por metro quadrado pela primeira vez desde o começo da série histórica, iniciada em 2013.

Guarulhos (SP) e Extrema (MG) em destaque
O relatório também aponta que galpões situados em um raio de até 30km da capital paulista concentraram 62% da absorção líquida do trimestre, com destaque para Guarulhos (SP), que tem se consolidado como um dos principais polos logísticos do estado.
Por outro lado, os valores seguiram em alta nas demais regiões, com avanço de 8,7% no raio de 60km e de 5,1% no raio de 90km, reforçando a capacidade de reajuste dessas localidades.
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A cidade de Extrema (MG), tradicionalmente procurada por grandes operadores logísticos, também foi destaque no 2T25, atingindo 100% de ocupação, com preços fechados próximos a R$ 30 por metro quadrado — reflexo da alta procura.

Cenário otimista, mas com atenção ao novo estoque
Para o segundo semestre, o BTG mantém uma visão positiva para o segmento, sustentada pela forte demanda e pelo elevado nível de ocupação nas principais regiões.
No entanto, o banco destaca que o mercado deverá monitorar a chegada de novos empreendimentos, pois parte deles segue sem contratos firmados.
“Em relação aos novos lançamentos, observamos a capacidade do setor em absorvê-los, evitando uma pressão de preços e de vacância, porém, diferentemente do observado no 2T25, parte deste novo estoque projetado ainda não conta com um volume de pré-locações relevante, o que pode afetar a dinâmica comercial”, aponta o relatório.