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Depois da produção, o dinheiro: Veja a pancada de dividendos que a Petrobras (PETR4) pode pagar

09 fev 2024, 16:04 - atualizado em 10 fev 2024, 1:39
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Segundo analistas, inclusive, a produção pode surpreender a própria gestão da Petrobras (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Petrobras (PETR4) divulgou na noite da última quinta-feira o seu relatório de produção e vendas do quarto trimestre de 2023. E agora analistas têm bases mais sólidas para calcular o quanto de dividendos a empresa poderá pagar. Normalmente, a petroleira divulga os seus dividendos juntos com os resultados, que serão publicados no dia 7 de março.

Entre outubro e dezembro, a estatal produziu 2,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mboed), alta de 10,9%. A cifra ficou dentro do esperado e confirma o bom momento da estatal.

Segundo analistas, inclusive, a produção pode surpreender a própria gestão da Petrobras. Isso porque analistas não duvidam que o guidance está aquém do que a empresa consegue entregar.

“A produção do quarto trimestre no Brasil é 7% acima do guidance da companhia para 2024, reforçando nossa visão de que o Plano Estratégico é conservador mesmo considerando a taxa de esgotamento da carteira”, discorre o BTG Pactual em seu relatório.

Na visão do banco, os dados upstream não são surpreendentes, uma vez que a ANP, de certa forma, já fornece um panorama da produção no Brasil, que continua batendo recordes, diga-se de passagem.

Para o Bradesco BBI, o crescimento sequencial da produção foi mais uma vez sólido, em linha com as estimativas e impulsionando as exportações.

A melhoria pode ser explicada em grande parte pelo ramp-up de:

  1. P-71, no campo de Itapu (150kbpd);
  2. Almirante Barroso (150kbpd), no campo de Búzios; e
  3. FPSO Anna Nery (70kbpd) e FPSO Anita Garibaldi (80kbpd), no complexo de Marlim.

Segundo a Petrobras, a entrada em operação de quatro novos poços em projetos complementares nas bacias de Campos e Santos também contribuiu para o forte desempenho.

Já a Ativa afirma que os dados de vendas e produção vieram em linha com o esperado e serão suficientes para que a companhia siga apresentando bons números no quarto trimestre.

Petrobras e seus dividendos polpudos

Para o Bradesco BBI, com esses números, a Petrobras reportará um Ebitda, que mede o resultado operacional, de aproximadamente US$ 15 bilhões e um resultado final próximo a US$ 7,5 bilhões no quarto trimestre.

Ainda segundo os analistas, o foco principal será nos dividendos declarados. O mercado espera dividendos declarados que variam entre US$ 5 e 10 bilhões.

“Estamos mais próximos do topo desta faixa, com US$ 9 bilhões, dos quais US$ 4 bilhões relativos a dividendos mínimos trimestrais e US$ 5 bilhões como pagamento extraordinário para 2023. Mantemos a recomendação de compra para as ações”, completa.

Com os números em mãos, a Ativa acredita que a companhia distribuirá, em dividendos regulares, R$ 1,5/ação (~3,6% de yield) neste trimestre.

“Ademais, além dos dividendos regulares, a atual situação de caixa permitiria a empresa divulgar dividendos extraordinários com referência à 2023 de até R$2,00/ação (~4,8% de yield), já considerando os valores elencados com o processo de recompra de ações que vêm ocorrendo”, discorre.

O BTG estima um pagamento de US$ 3,7 bilhões com base na política de remuneração da empresa, embora tenha poder de fogo para distribuir outros US$ 7,3 bilhões em dividendos especiais, “dos quais acreditamos “apenas” US$ 4 bilhões (totalizando US$ 7,7 bilhões no quarto trimestre, rendimento de 7%) serão distribuídos, já que parte do potencial total deve ser adicionado à reserva de capital recentemente criada”.

Na visão da XP, no mínimo, a Petrobras pagará US$ 3,9 bilhões, enquanto o cenário base para dividendos extraordinários está atualmente em US$ 5,5 bilhões (BRL 2,1/sh ou ~5% de yield para PETR4), “mas isso está sujeito a quanto caixa a estatal deseja manter”.

É hora de comprar Petrobras?

O BTG sustenta que sim. No relatório, o banco diz que a decisão de reter uma pequena parcela, e talvez até nada, da geração de caixa para a reserva de capital poderia permitir uma rápida alta das ações, uma vez que, sem dúvida, proporcionaria a confiança necessária para aqueles que permanecem céticos em relação ao capital da empresa.

“Continuamos a ver riscos ascendentes para a nossa estimativa de rendimento FCFE de 16% em 2024, distribuir outros US$ 7,3 bilhões em dividendos especiais, em nossa opinião, dos quais acreditamos apoiando nossa compra e posicionando a Petrobras como nossa melhor escolha de do setor de óleo e gás do ano”, discorre.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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