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Depois de ataques hacker históricos e bilionários, bancos tentam limitar rotas de fuga para dinheiro roubado

29 out 2025, 14:22 - atualizado em 29 out 2025, 14:22
Contas laranja: depois de ataques hacker históricos e bilionários, bancos tentam limitar rotas de fuga para dinheiro roubado
(Imagem: Freepik/rawpixel.com)

O sistema financeiro brasileiro volta a ficar em alerta com a sequência de ataques hackers a empresas de tecnologia que prestam serviços para bancos e fintechs. Há poucos dias, hackers invadiram o ambiente da Diletta, prestadora de infraestrutura digital, e realizaram transações atípicas via Pix.

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Segundo estimativas de mercado citadas por reportagens especializadas, o montante desviado poderia chegar a R$ 40 milhões.

O mesmo padrão, novas vítimas

O ataque à Diletta segue o mesmo padrão de outros episódios recentes: criminosos têm mirado as empresas que operam nos bastidores do sistema financeiro, responsáveis por conectar bancos e instituições de pagamento ao ecossistema do Pix.

banco central - selic
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Essas companhias desempenham um papel crucial, intermediando operações, mas nem sempre contam com o mesmo nível de proteção das grandes instituições financeiras.

Em junho, a C&M Software foi alvo de uma invasão que resultou em desvio estimado em mais de R$ 1 bilhão. Dois meses depois, foi a vez da Sinqia, também fornecedora de soluções para o setor bancário, sofrer um golpe com prejuízo avaliado em cerca de R$ 420 milhões.

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Os ataques consolidaram um alerta: os criminosos migraram do front bancário para as engrenagens invisíveis do sistema financeiro, explorando vulnerabilidades em empresas que sustentam, de forma indireta, o fluxo de pagamentos.

Banco Central e Febraban reagem

A escalada de ataques levou o Banco Central (BC) a reforçar a regulação sobre o setor. Em setembro, a autarquia anunciou novas regras de segurança para fintechs e instituições de pagamento ligadas ao sistema financeiro.

Entre as medidas, está o teto de R$ 15 mil para transferências via Pix e TED realizadas por empresas intermediárias de tecnologia. Além disso, o BC determinou que todas as fintechs deverão obter autorização formal para operar até maio de 2026.

Paralelamente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) publicou, em 27 de outubro, um novo conjunto de normas de autorregulação para endurecer o combate às contas-laranja e contas frias — aquelas abertas de forma fraudulenta ou usadas por terceiros para movimentar recursos ilícitos.

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“Estamos criando um marco no processo de depuração de relacionamentos tóxicos com clientes que alugam ou vendem suas contas”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban. “Os bancos não podem permitir a manutenção de contas-laranja, contas frias e de bets ilegais.”

O que muda na prática

Com as novas regras, bancos e instituições financeiras associadas à Febraban — como Bradesco, Itaú, Santander, Caixa, Banco do Brasil, BTG Pactual, Safra, Original, Pan, BMG e Sicredi — ficam obrigadas a:

  • Implementar políticas internas específicas para identificar movimentações suspeitas;
  • Encerrar de imediato contas consideradas ilícitas e comunicar os titulares;
  • Reportar as ocorrências ao Banco Central;
  • Elaborar declarações de conformidade assinadas por áreas independentes de auditoria e compliance;
  • Fechar contas de apostas irregulares, sem autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda.

O processo será monitorado pela Diretoria de Autorregulação da Febraban, que poderá exigir evidências a qualquer momento. O descumprimento das normas poderá resultar em advertências, ajustes de conduta ou exclusão do sistema.

“O aumento alarmante das fraudes e golpes no sistema financeiro exige ações efetivas. As chamadas ‘contas de passagem’ hoje viabilizam práticas criminosas e precisam ser eliminadas”, afirmou Amaury Oliva, diretor de autorregulação da entidade.

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Repórter
Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
isabelle.miranda@seudinheiro.com
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