Economia

Depois de salto na inflação, as chances de Fed subir os juros em 1 p.p. aumentam

13 jul 2022, 10:58 - atualizado em 13 jul 2022, 11:51
Jerome Powell
De acordo com a ferramenta de projeções do CME Group, existem 34,4% de chances do Fed reajustar a sua taxa de juros em 1 ponto percentual na reunião de julho. (Imagem: Flickr/Federalreserve)

A inflação nos Estados Unidos bateu mais um recorde: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou 1,3% em junho, acumulando alta de 9,1% em 12 meses. Trata-se do maior nível inflacionário desde novembro de 1981.

Significa que o Federal Reserve deve assumir uma postura muito mais firme em relação à política monetária americana. De acordo com a ferramenta de projeções do CME Group, existem 34,4% de chances do Fed reajustar a sua taxa de juros em 1 ponto percentual na reunião de julho.

Atualmente, os juros estão entre 1,50% e 1,75%.

Ainda assim, a maioria (65,6%) ainda aposta em uma alta de 0,75 pp. É o caso de Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercado global da Invesco. “O Fed precisa se manter agressivo agora para poder avaliar a situação em setembro e possivelmente seguirá um caminho menos agressivo de aperto no 4º trimestre.”

Para Peter Chatwell, chefe de estratégias de macroeconomia global da Mizuho, lembra que um reajuste mais significativo é necessário, caso o banco central queira afrouxar a política monetária. “Pode haver espaço para as expectativas de 0,75 pp na reunião de julho ficarem um pouco mais altas, caso o Fed sinta a necessidade de pisar no freio mais rapidamente”

E mais: Bruna Centeno, economista e especialista em Renda Fixa da Blue3, avalia que a alta nos juros também deve ser maior em setembro. “Realmente, é um dado ruim e que aumenta a preocupação do mercado. Para a reunião de setembro, a expectativa era de um reajuste de 0,5 pp. Mas o mercado já passa a precificar uma alta de 0,75 pp.”

A economista também afirma que aumentar juros já não vai mais fazer efeito na inflação, porque a alta nos preços americanos não é uma questão de demanda, mas sim de custos. “É preciso resolver problemas mais densos, como a oferta de petróleo e até as próprias sanções contra a Rússia afetaram o fornecimento”.

No entanto, Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, destaca que os números da inflação devem ser olhados com cautela. “O CPI representa um número atrasado. Energia foi o setor que mais se destacou com 7,5% de alta […] Mas estamos vendo commodities caírem, ou seja, essa pressão não existe mais. Na minha opinião, o pior da inflação parece ter ficado para trás.”

De acordo com os dados do Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de energia subiu 41,6% no mês passado, quando comparado com junho de 2021. Trata-se do maior aumento em 12 meses desde o período encerrado em abril de 1980.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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