Política

Deputada bolsonarista Carla Zambelli antecipou que governadores eram investigados

26 maio 2020, 11:57 - atualizado em 26 maio 2020, 11:57
Wilson Witzel - Jair Bolsonaro
Opositor de Bolsonaro, Wilson Witzel, foi alvo de uma operação da PF que apura superfaturamento de contratos para compra de respiradores no RJ (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

Um dia antes da operação da Polícia Federal nesta terça-feira que atingiu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das parlamentares hoje mais próximas do presidente Jair Bolsonaro, disse em entrevista à Rádio Gaúcha que governadores seriam alvo de investigações da PF.

Na entrevista, na segunda-feira, Zambelli afirmou que desde a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça já aconteceram algumas operações da PF que estariam na “agulha para sair, mas não saíam”.

“A gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar, talvez, de ‘Covidão’ ou de…, não sei qual vai ser o nome que eles vão dar, mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse Zambelli.

Nesta terça, a PF deflagrou a operação Placebo, que investiga superfaturamento na compra de respiradores no Rio de Janeiro, e fez buscas nos Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, no Palácio da Guanabara, sede do governo estadual, e na residência pessoal de Witzel.

Em entrevista à CNN Brasil, Zambelli afirmou que não estava antecipando uma operação mas que há informações de superfaturamento em vários Estados e que isso obviamente seria levado à Polícia Federal.

“Não preciso de nenhuma informação privilegiada para saber disso. Tem informações públicas sobre a compra desses equipamentos”, disse, sem responder sobre o porquê de dizer que governadores já estariam sendo investigados.

Zambelli afirmou que não estava antecipando uma operação mas que há informações de superfaturamento em vários Estados (Imagem: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

“Eu não sabia, eu falei como cidadã”, completou.

Há duas semanas, ao comentar as acusações de Moro de que queria interferir na PF, Bolsonaro afirmou que o Rio de Janeiro era um “terreno fértil” para a polícia trabalhar e que era um dos Estados “mais complicados” do país.

Zambelli é hoje uma das parlamentares mais próximas do presidente e é vista com frequência no Planalto e no Alvorada. Nesta manhã, ao ser perguntado se Zambelli sabia das investigações com antecedência, Bolsonaro respondeu: “Pergunta para ela”.

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