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Derrocada de fundos imobiliários ou ações é oportunidade de compra? Gestor alerta para ‘cilada’

15 set 2023, 9:30 - atualizado em 14 set 2023, 22:00
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Fundo imobiliário de papel atravessa momento delicado e despenca quase 70% no ano após crise de CRIs e queda de dividendos (Imagem: Pixabay/WOKANDAPIX)

O fundo imobiliário Hectare CE (HCTR11) despencou mais de 30% entre segunda-feira (11) e ontem, deixando ainda pior o cenário que já era ruim.

No fim da semana passada, o HCTR11 informou ao mercado que o dividendo de agosto seria 66% abaixo do valor pago por cota no mês anterior. O fundo, que chegou a distribuir R$ 0,70 por cota aos investidores no começo deste ano, paga R$ 0,17 nesta sexta-feira (15).

Até o anúncio da redução do dividendo, o HCTR11 tinha desvalorização de 50% no acumulado de 2023. A derrocada tem a ver com os atrasos de pagamentos em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) envolvendo o grupo Gramado Parks, de turismo e entretenimento, no primeiro trimestre deste ano.

No entanto, as perdas nesta semana ampliaram o tombo para 70% no ano. Na segunda-feira, o FII derreteu mais de 25% durante o pregão. 

Oportunidade de compra?

Nessas horas, de queda expressiva da cota de fundo imobiliário ou da ação de uma companhia listada na Bolsa brasileira, o investidor se pergunta: é hora de comprar?

Em uma pesquisa corriqueira na rede social X (ex-Twitter), é possível ler relatos de investidores do HCTR11 e de FIIs similares contabilizando perdas financeiras relevantes nos últimos 12 meses. 

Com isso, ao Money Times, um profissional de uma casa de análises faz alerta e orienta cotistas antes ou depois de apostarem em algum ativo.

Apostar em fundo imobiliário requer estudo

A recomendação para estudar um investimento antes de apostar e até mesmo depois é quase um clichê em finanças pessoais. Entretanto, nem todos seguem a recomendação.

“Às vezes, o investidor não tem todo o conhecimento sobre aquele ativo e acaba caindo em alguma cilada”, diz o head de fundos imobiliários da Acqua Vero Investimentos, Gabriel Pereira.

Ele ressalta que é necessário avaliar todo o contexto do investimento, seja em um fundo imobiliário, ação ou um em título do Tesouro Direto, como também o seu desempenho.

“Não é porque a cota ou o papel cai que vai voltar a ser negociado no preço que era antigamente. Ou que seja uma oportunidade de compra. Pelo contrário. Se caiu é porque tem motivo”, diz.

Pereira comenta que, no caso do fundo Hectare CE, já havia casas de análises recomendando a venda das cotas em 2022.

Nesse sentido, é importante sempre ler e procurar notícias, meios oficiais para se informar sobre os ativos. Ler todo o relatório gerencial do fundo, buscar informações com um assessor de investimentos. É acompanhar os casos no detalhe e evitar esses acontecimentos [perda financeira]”, orienta.

Fundos de papel x dividendos

O head de FIIs da Acqua Vero destaca que a busca por fundos imobiliários de papel ficou mais intensa no ano passado em meio ao patamar de juros e inflação mais altos.

Pereira explica que esses dois fatores deixaram os FIIs do segmento “mais interessantes”, por exemplo, do que de fundos de tijolo.

“Desta forma, o investidor pode ter ficado um pouco mal acostumado a receber renda maior, de R$ 1,40, de R$ 1,50 por cota por mês. Com a taxa Selic mais alta e a inflação, houve uma busca por maior rentabilidade. Porém, sem contrapor o fator risco”, pondera.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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