Economia

Desaceleração da atividade é chave para corte da Selic em 2025, diz JP Morgan

17 jul 2025, 12:21 - atualizado em 17 jul 2025, 12:21
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JP Morgan diz que processo de desinflação já começou. (Imagem: iStock)

O Banco Central (BC) brasileiro precisa que a atividade econômica desacelere para iniciar a flexibilização da política monetária até o final deste ano, avalia o JP Morgan.

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As tarifas comerciais recentemente anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, no entanto, aumentam a incerteza quanto às perspectivas de desaceleração.

O anúncio de uma taxa de 50% eleva a tarifa efetiva em quase 30 pontos percentuais, o que pode impactar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil entre 0,6% e 0,9%. No entanto, o banco mantém suas projeções inalteradas, pois está cético quanto à implementação de taxas tão altas.

Ainda assim, os economistas do JP destacam que os dados de atividade já divulgados corroboram a visão de desaceleração prevista.

Depois de um relatório fraco da produção industrial, as vendas no varejo subiram apenas 0,3% em maio, após uma queda de quase 2% em abril, e a produção de serviços cresceu 0,1% no mês.

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“Os dados econômicos mais recentes se alinham com os contornos gerais da nossa projeção de crescimento mais lento ao longo do primeiro semestre do ano, abrindo caminho para um segundo semestre de 2025 mais fraco”, dizem Cassiana Fernandez, Mirella Sampaio e Vinicius Moreira.

Eles apontam ainda que as pressões inflacionárias também parecem estar desacelerando, impulsionadas pela apreciação cambial.

Os preços no atacado caíram 2,7% em junho, após uma queda de 1,4% em maio, com os produtos agrícolas recuando 6% e os produtos manufaturados caindo 0,5% cumulativamente nos últimos meses.

Já os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho sugerem uma desaceleração das elevadas pressões inflacionárias subjacentes.

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O núcleo do IPC subiu 4,4%, levando a média trimestral para 4,3% em três meses, o menor nível desde junho de 2024. Embora os serviços básicos tenham sido mais altos do que o previsto, eles ainda desaceleraram para 6,2%.

“Isso reforça nossa visão de que o pior da inflação já passou e, embora deva permanecer em um nível relativamente alto por um tempo, o processo de desinflação já começou”, dizem.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.