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Desafios continuam: Ultrapar tem menos chances de surpreender com potenciais ganhos

13 dez 2020, 10:44 - atualizado em 13 dez 2020, 10:44
Ipiranga, Ultrapar
A Ultrapar espera investir R$ 1,89 bilhão no próximo ano, sendo que metade do montante será usado para expansão, com destaque para Ipiranga, Ultracargo e Ultragaz (Imagem: YouTube/Grupo Ultra)

A Ultrapar (UGPA3) mostrou sua resiliência na pandemia e entregou uma visibilidade maior do que os pares. Agora, no entanto, com os investidores mais atentos à capacidade de crescimento, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) acreditam que a possibilidade de a companhia surpreender o mercado com ganhos ficou mais limitada.

O banco comentou sobre o plano de investimentos da Ultrapar para 2021, divulgado na noite de quinta-feira. A companhia espera investir R$ 1,89 bilhão no próximo ano, sendo que metade do montante será usado para expansão, com destaque para Ipiranga, Ultracargo e Ultragaz, e a parcela restante será destinada para segurança, manutenção de ativos e de participação de mercado e investimentos em tecnologia da informação, além de renovação e reformas.

O plano de investimentos veio em linha com o que o BTG esperava, mas a distribuição do dinheiro não atendeu às expectativas dos analistas. A Ultrapar pretende investir no total R$ 791 milhões na Ipiranga, montante 22% inferior em relação às projeções do banco. Os investimentos para a Ultracargo, de R$ 360 milhões, superaram as estimativas em 140%.

Para a Ipiranga, a empresa se concentrará na expansão da infraestrutura logística com a criação de bases de distribuição em Belém (PA), Cabedelo (PB), Vitória (ES) e Fortaleza (CE). A Ultrapar ainda pretende ampliar o número de postos, dando prioridade a unidades com maior galonagem, e abrir novas franquias da AmPm.

“Mesmo aprovando a estratégia da Ultrapar de ‘priorizar a conversão dos pontos de venda com uma galonagem maior’, o que parece ser a abordagem certa para melhorar o ativo agora que o potencial de alta não virá de maneira fácil, isso ainda indica que o crescimento continuará sendo sacrificado”, afirmaram Thiago Duarte e Pedro Soares, autores do relatório divulgado pelo BTG na sexta. Os analistas notaram que o plano exclui potenciais aquisições na unidade de negócio.

Em relação à Ultracargo, uma parcela de R$ 280 milhões será usada para construir um terminal em Vila do Conde (Belém) e expandir o terminal de Itaqui (MA).

A Ultragaz investirá em expansões com novas bases de engarrafamento em Belém e Fortaleza, enquanto Oxiteno e Extrafarma vão otimizar a logística para aumentar a produtividade e investir em suas plataformas digitais. Isso, disse o BTG, demonstra a intenção da Ultrapar de esperar que os investimentos nesses segmentos amadureçam. Também dá a entender que uma administração mais ativa do portfólio está nos projetos da companhia.

Ipiranga Ultrapar UGPA3
Os desafios não acabaram: o setor de distribuição de combustíveis presencia um cenário competitivo mais acirrado e níveis de crescimento menores (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Desafios continuam

O BTG ainda vê como positiva a abordagem mais racional adotada pela Ultrapar para a Ipiranga, com foco maior em infraestrutura e abastecimento. Na avaliação do banco, isso cria uma melhor proposta de valor aos clientes.

No entanto, os desafios continuam se acumulando. O setor de distribuição de combustíveis presencia um cenário competitivo mais acirrado e níveis de crescimento menores, o que justificaria um re-rating da ação.

Por ora, o BTG manteve a recomendação de compra para o papel, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 21. Os analistas pretendem colocar a tese de investimento sob revisão em breve.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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