Invasão da Ucrânia

Desastre Nuclear: Quais os riscos de um vazamento acontecer na Ucrânia

28 mar 2022, 17:01 - atualizado em 28 mar 2022, 17:01
(Imagem: REUTERS/Gleb Garanich)

Para cientistas ouvidos pelo site Business Insider, o risco de um vazamento nuclear acontecer na Ucrânia com a invasão feita pela Rússia é baixo — mas aumentam se conflitos estourarem próximos às usinas.

No dia 4 de março, o exército russo invadiu a usina nuclear de Zaporíjia, seis dias depois de invadirem Chernobyl, a usina responsável pelo maior desastre nuclear da história do mundo.

De acordo com os cientistas especializados em energia nuclear, “um colapso é muito improvável, mas que uma guerra em grande escala em torno de usinas nucleares é um território desconhecido, tornando impossível anular totalmente o risco de um desastre”.

Se as usinas colapsarem, “então você tem uma Fukushima em suas mãos”, disse Edward Geist, pesquisador de políticas do think-tank RAND Corporation, ao BI.

“Isso é tão ruim quanto um Chernobyl? Não. Isso ainda é um grande acidente com enormes consequências no local? Sim, potencialmente”, disse.

Os cientistas explicam que, para um acidente nuclear acontecer, seria preciso que os sistemas de refrigeração das usinas parassem de funcionar — o que aconteceu três vezes no mundo.

Para evitar que isso aconteça, existem diversas camadas de segurança, como geradores de backup para manter a água resfriando os reatores se uma usina for cortada da rede elétrica nacional e também uma equipe treinada. Uma pausa no funcionamento dos sistemas, então, seria responsável por um desastre de proporções incalculáveis.

“Um dos papéis mais importantes de uma usina é garantir que o combustível no reator, que pode funcionar a temperaturas de até 2 mil graus Celsius, permaneça frio”, disse Lewis Blackburn, especialista em materiais de resíduos nucleares da Universidade de Sheffield ao Business Insider.

Segundo Jacob Hamblin, historiador nuclear da Oregon State University, a frequente atividade militar que vem acontecendo nas últimas semanas “nunca foi vista” anteriormente em torno dos reatores.

“É uma inédita que seria difícil para qualquer projeto acomodar”, afirmou.

O Business Insider aponta que Geist afirmou que “em Zaporizhzhia e Chernobyl, há equipamentos críticos de segurança que são vulneráveis ​​a ataques, como geradores de backup, linhas de energia, interruptores e outros equipamentos para alimentar o resfriamento de emergência”.

“A luta também pode destruir outras camadas de segurança. Linhas de energia essenciais para Chernobyl e Zaporizhzhia foram cortadas, deixando os locais mais vulneráveis ​​a um corte de energia”, explicam os cientistas.

Em ambos os locais, as equipes estão trabalhando sob o comando russo, em “condições estressantes que podem comprometer sua capacidade de reagir”, segundo os especialistas.

A guerra, então, pode atrapalhar também o trabalho dessas pessoas. O Business Insider afirma que, segundo relatos, munição não detonada estava sujando Zaporíjia em 13 de março.

“Eu diria que é um risco enorme. Quando você está sobrecarregado, quando não está sendo alimentado adequadamente, está sob pressão constante, não se pode esperar que a equipe tenha o melhor desempenho”, continuou Blackburn.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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