Coluna
BusinessTimes

Desbravando novos horizontes: Mulheres na alta liderança empresarial

22 ago 2023, 12:09 - atualizado em 22 ago 2023, 12:09
mulher trabalho esg carreira inclusão profissão governança
“Não podemos ignorar o fato de que as mulheres compõem mais da metade da força de trabalho do Brasil, contribuindo de maneira significativa para a economia e a sociedade”, explica a colunista (Imagem: Pixabay/ 8212733)

Ao me deparar com a recente notícia que destaca a presença ínfima de mulheres na alta liderança das empresas listadas na Bolsa brasileira, não posso deixar de refletir sobre o quanto ainda teremos de percorrer para alcançar a verdadeira equidade de gênero, no ambiente corporativo.

Como uma executiva que trilhou sua trajetória até o cargo de vice-presidente em uma indústria farmacêutica, sinto a responsabilidade de compartilhar minha visão sobre esse desafio persistente e urgente.

Não podemos ignorar o fato de que as mulheres compõem mais da metade da força de trabalho do Brasil, contribuindo de maneira significativa para a economia e a sociedade.

No entanto, a representatividade feminina em posições de liderança ainda está muito aquém do desejado. O recente levantamento do BMA Advogados, apenas reforça a necessidade de ações concretas para mudar esse cenário.

A jornada para aumentar a presença feminina na alta liderança requer um esforço conjunto que envolve governos, empresas, líderes e a própria sociedade. É preciso reconhecer que o progresso não ocorrerá por si só, mas exige um comprometimento firme com políticas inclusivas e a promoção de uma cultura organizacional que valorize a diversidade em todos os níveis.

Em primeiro lugar, é fundamental que as empresas abandonem estereótipos de gênero arraigados e busquem medidas que fomentem o desenvolvimento profissional das mulheres.

Iniciativas como mentoria e programas de capacitação específicos podem ajudar a reduzir a lacuna de habilidades e proporcionar às mulheres as ferramentas necessárias para alavancar suas carreiras. A promoção de ambientes de trabalho flexíveis também é crucial, pois permite que as mulheres conciliem suas responsabilidades profissionais com sua vida pessoal.

Além disso, a implementação de cotas, embora controversa, pode ser um passo importante para acelerar a inclusão de mulheres na liderança. A experiência de empresas como o Magazine Luiza (MGLU3) demonstra que a adoção de metas ambiciosas e mensuráveis, pode, efetivamente, aumentar a representatividade feminina.

No entanto, é crucial que as cotas sejam acompanhadas por ações de desenvolvimento contínuo, para evitar que se tornem apenas uma medida superficial.

Observe, porém, que a mudança nas empresas não deve ser apenas interna. A intervenção regulatória pode desempenhar um papel significativo na promoção da equidade de gênero.

Para tanto, é necessário incentivar políticas governamentais que favoreçam a diversidade e penalizem a discriminação de gênero. As empresas devem ser responsabilizadas por seus esforços (ou falta deles) na promoção da igualdade de oportunidades.

Olhando para o futuro, acredito que nós, mulheres, devemos continuar a nos capacitar e a nos apoiar mutuamente. A sororidade, a troca de experiências e o incentivo mútuo são componentes vitais para superar os desafios que ainda enfrentamos. Além disso, convém que ocupemos espaços de visibilidade e influência, para que possamos quebrar paradigmas e servir de inspiração para as gerações vindouras.

Como executiva e mulher, tenho a convicção de que a mudança é possível. Tenho orgulho de fazer parte de uma indústria que desafia constantemente as fronteiras da ciência e da inovação.

Se já alcançamos avanços científicos notáveis, certamente poderemos criar um ambiente corporativo onde o talento e a capacidade não tenham barreiras de gênero.

Acredito que, com determinação e colaboração, será possível transformar essa estatística em um mero capítulo da história, rumo a um futuro, no qual a equidade de gênero seja a norma, não a exceção.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Vice-presidente executiva da Apsen Farmacêutica, escritora e mentora. À frente do laboratório fundado por seus avós há mais de 50 anos e no qual atua desde 2003, Renata graduou-se em Engenharia Química pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), especializou-se em Finanças, fez MBA para CEOs na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como escritora possui dois livros publicados.
renata.spallicci@moneytimes.com.br
Facebook Linkedin Instagram YouTube Site
Vice-presidente executiva da Apsen Farmacêutica, escritora e mentora. À frente do laboratório fundado por seus avós há mais de 50 anos e no qual atua desde 2003, Renata graduou-se em Engenharia Química pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), especializou-se em Finanças, fez MBA para CEOs na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Como escritora possui dois livros publicados.
Facebook Linkedin Instagram YouTube Site
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar