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Desconto, dividendos, ESG… Saiba por que Vale é uma boa ação para ter agora

24 nov 2020, 16:45 - atualizado em 24 nov 2020, 16:45
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O BTG Pactual tem uma visão positiva sobre o crescimento da Vale baseada na retomada de volumes e na redução de custos (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O BTG Pactual (BPAC11) elevou o preço-alvo da ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE), de US$ 14 para US$ 17, e revisou as estimativas para cima em aproximadamente 20% a média por enxergar pontos-chave na tese de investimento da mineradora.

O time de analistas do banco reiterou a recomendação de compra para a ação, que está “inegavelmente barata sob qualquer métrica”. Leonardo Correa e Caio Greiner, autores do relatório divulgado ontem, destacaram que a companhia é atualmente negociada com desconto de 40% em relação aos pares australianos.

“Consideramos excessivo. Acreditamos que um desconto de 20-25% é mais sustentável”, comentaram.

O BTG tem uma visão positiva sobre o crescimento da Vale baseada na retomada de volumes e na redução de custos. O banco defendeu que a Vale é um dos poucos produtores de minério de ferro com crescimento de médio prazo em volumes. De acordo com os analistas, a companhia pode crescer quase 30% em 2020-23.

Além disso, o potencial de rendimento do dividendo da Vale permanece alto – tanto que a empresa continua sendo uma das pagadoras de proventos mais agressivas do mercado.

“Um dos principais pilares da tese de investimento da Vale é a retomada da sua política de dividendos e o potencial retorno de caixa ao longo do ciclo”, afirmaram Correa e Greiner. “Na nossa opinião, esse é apenas o início da história de rendimento. É tranquilizador ver que a companhia permanece altamente comprometida com retornos de caixa mesmo em meio ao fluxo de notícias de procuradores nos últimos meses (vemos poucos méritos nas exigências, que fique claro). A Vale sinaliza que está confortável com a atual alavancagem, os esforços de reparação e os futuros outflows”.

Na avaliação do BTG, se os preços do minério de ferro forem corrigidos em torno de 20% da base atual para aproximadamente US$ 100 a tonelada, Vale ainda teria como pagar um dividend yield substancial de 13% em dólar (incluindo rendimentos extraordinários).

ESG

O fator ESG, que leva em consideração as práticas ambientais, sociais e de governança corporativa de uma empresa, também foi mencionado pelos analistas como um driver positivo de longo prazo.

Segundo o BTG, uma agenda ESG maior se tornou alvo primordial de longo prazo para a Vale conforme ela tenta restaurar sua credibilidade entre a sociedade.

“Elogiamos a humildade da Vale de aprender com os erros passados e remodelar a companhia para o futuro”, disseram Correa e Greiner. “Embora essa mudança de percepção possa levar algum tempo ainda, acreditamos que a administração está no caminho certo para construir uma empresa mais segura e confiável”.

Brumadinho

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As incertezas envolvendo a compensação pela tragédia ocorrida em Brumadinho podem impactar o valuation da Vale, segundo o BTG (Imagem: REUTERS/Cristiane Mattos)

As incertezas envolvendo a compensação pela tragédia ocorrida em Brumadinho podem impactar, juntamente com a percepção de risco de embarques de minério de ferro e os desafios do ambiente regulatório brasileiro, o valuation da Vale, segundo o BTG.

Em audiência realizada na semana passada, o governo de Minas Gerais rejeitou a proposta financeira apresentada pela mineradora referente às reparações pelo rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão. De acordo com as autoridades governamentais, a oferta “não está em conformidade com as premissas que haviam sido acordadas”.

A Vale enviou uma proposta de acordo global de aproximadamente R$ 21 bilhões, valor muito abaixo do esperado, de R$ 54 bilhões.

Sem definição do acordo, uma nova audiência foi marcada para 9 de dezembro.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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