Desconto generoso: XP recomenda fundo imobiliário com potencial de valorização de quase 9%

O fundo imobiliário Mauá Capital Recebíveis (MCCI11) está no radar dos analistas da XP Investimentos, que reiteraram a recomendação de compra ao constatar que a cota, hoje a R$ 85,00, está sendo negociada com desconto de 7,8% em relação ao valor patrimonial.
A corretora estabeleceu preço-alvo de R$ 92,21 para o FII, o que representa um potencial de valorização de 8,5%, além de um dividend yield anualizado de 12,7%. A análise da casa se apoia em três pilares:
- Qualidade do portfólio;
- Histórico consistente da gestão;
- Patamar atrativo de preço e rendimento.
Portfólio do MCCI11
Atualmente, cerca de 84% do patrimônio líquido do MCCI11 está alocado em 31 operações de CRIs, predominantemente de menor risco, segundo a XP, tendo como principais devedores outros fundos imobiliários e empresas patrimonialistas.
Já os 16% restantes do portfólio estão distribuídos entre cotas de FIIs (9%), caixa (4%) e alocação tática (3%).
As maiores exposições estão nos segmentos logístico (42%), comercial (24%) e varejo essencial (20%), com concentração geográfica em São Paulo (66%).
Além disso, aproximadamente 98% da carteira do MCCI11 está atrelada a CRIs indexados à inflação, com taxa média de IPCA +9% ao ano, sendo que 100% das operações estão adimplentes — o que, na visão da XP, reforça a qualidade do portfólio.
- Bancões no 1T25: Quem se saiu melhor? Veja o que está no radar do Ibovespa nesta segunda-feira (19) no Giro do Mercado:
Dividendos à vista
Com esse pano de fundo, a expectativa de renda para os cotistas segue robusta. A projeção é de distribuições entre R$ 0,80 e R$ 0,90 por cota até junho de 2025 — patamares que, para os analistas da casa, são factíveis, especialmente diante da inflação ainda elevada neste início de ano.
A revisão do guidance de dividendos também foi influenciada positivamente pela realocação de capital em operações com taxas superiores à média da carteira e pelo recebimento de multas de pré-pagamento em CRIs.
Nem tudo são flores: Juros elevados exigem cautela
Apesar do cenário positivo, a XP chama atenção para a necessidade de monitorar a carteira caso os juros permaneçam elevados por muito tempo — o que poderia pressionar a saúde de crédito de alguns emissores.
Nesta segunda-feira (19), o Boletim Focus, do Banco Central, mostrou que os agentes de mercado mantiveram a estimativa de que a taxa Selic termine 2025 no nível atual, de 14,75% ao ano.
Para os anos seguintes, as projeções são de 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028.
Também nesta segunda (19), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) está preparado para manter os juros em patamares elevados por um período prolongado.
Segundo ele, as expectativas de inflação desancoradas e o cenário econômico atual exigem do BC cautela.
Por ora, no entanto, a XP enxerga o MCCI11 como uma oportunidade para quem busca combinar proteção contra a inflação com renda recorrente — aproveitando o desconto atual na vitrine.