Vamos (VAMO3) salta mais de 20% e Raízen (RAIZ3) é a ação com pior desempenho; veja os destaques do Ibovespa na semana

O Ibovespa (IBOV) encerrou a última semana de maio em queda, puxada pelo aumento da cautela com o cenário fiscal e repetindo o humor da semana anterior. O mês, porém, foi positivo, com o índice estendendo a valorização pelo terceiro mês consecutivo.
O principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 0,58% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (30) no nível dos 137 mil pontos, com direito a novos recordes. Na última terça-feira (27), o Ibovespa renovou a máxima histórica intradia aos 140.381,93 pontos. Em maio, o Ibovespa acumulou alta de 1,45%.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,71 e avançou 1,28% ante o real na semana. No mês, a divisa acumulou valorização de 0,76%.
No cenário doméstico, as discussões sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganharam fôlego em Brasília. Na última quinta-feira (29), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o “clima é para derrubada” da medida na Casa, acrescentando que combinou que “a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, afirmou que não há alternativa ao decreto que aumentou o IOF para assegurar o cumprimento dos compromissos fiscais deste ano. O governo tentou reduzir o temor do mercado com o anúncio de resgate de R$ 1,4 bilhão de fundos garantidores que possuem recursos da União para compensar a perda de arrecadação gerada com o recuo de parte das medidas do tributo na semana passada.
Entre os dados, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% nos primeiros três meses do ano, puxado pelo agronegócio — principalmente pelas culturas de soja e milho. O resultado, porém, ficou pouco abaixo do esperado.
Já a taxa de desemprego subiu para 6,6% no trimestre até abril, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o mais baixo para o período na série histórica iniciada em 2012 e ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,9%.
No exterior, o ‘tarifaço’ do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou novos desdobramentos. Na noite da última quarta-feira (28), o Tribunal de Comércio Internacional suspendeu a maioria das tarifas de Trump, mas um tribunal de apelações concedeu uma suspensão das medidas da Corte e permitiu que as tarifas permaneçam em vigor até a próxima semana já no dia seguinte.
Trump também elevou novamente as tensões com a China. O chefe da Casa Branca disse que a China violou um acordo entre os dois países para reduzir mutuamente as tarifas e as restrições comerciais sobre minerais essenciais e emitiu uma nova ameaça velada de que pode ser mais agressivo com Pequim.
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Sobe e desce do Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Vamos (VAMO3). Sem notícias relevantes sobre a companhia, a Vamos é beneficiada pela expectativa de safra recorde de grãos — que pode resultar em melhores negociações para a empresa — e após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano puxado pelo agronegócio, com destaque para a produção de milho e soja.
O Itaú BBA, em relatório divulgado na última sexta-feira (30), afirmou que tem observado um crescente interesse em Vamos, à medida que os investidores começam a atualizar seus modelos e a avaliar as estimativas de lucros para 2026.
“Vamos e Randon lideraram o aumento no interesse a curto prazo em maio. Acreditamos que o maior interesse a curto prazo em Vamos pode ser explicado por algumas preocupações dos investidores em relação à sua alavancagem e incertezas de curto prazo”, diz o relatório assinado pelo analista Daniel Gasparete.
Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 26 a 30 de maio:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
VAMO3 | Vamos ON | 20,63% |
AZZA3 | Azzas 2154 S.A. | 14,08% |
ASAI3 | Assaí ON | 11,64% |
RENT3 | Localiza ON | 5,84% |
IRBR3 | IRB Re ON | 5,83% |
CVCB3 | CVC ON | 5,80% |
VIVA3 | Vivara ON | 5,61% |
VBBR3 | VIBRA energia ON | 5,21% |
PSSA3 | Porto ON | 5,19% |
IGTI11 | Iguatemi ON | 4,76% |
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Já a ponta negativa foi liderada por Raízen (RAIZ4), que enfrenta um processo de reestruturação financeira.
Apesar do tom negativo, o Bank of America acredita que a gestão de passivos da Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) está em andamento e no caminho certo, e acredita que as companhias devem ter sucessos.
Para as analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo, a reestruturação de passivos está em grande parte concluída e o foco permanece na venda de ativos, o que pode ser um gatilho importante para destravar o valor das ações.
Veja as maiores quedas na semana:
CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO SEMANAL |
RAIZ4 | Raízen ON | -9,35% |
CMIN3 | CSN Mineração ON | -7,85% |
CSNA3 | CSN ON | -6,67% |
SUZB3 | Suzano ON | -6,25% |
BRFS3 | BRF ON | -5,23% |
KLBN11 | Klabin units | -4,78% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | -4,10% |
VALE3 | Vale ON | -4,09% |
PETZ3 | Petz ON | -3,57% |
BRAP4 | Bradespar PN | -3,11% |
Vale lembrar: As ações da Azul (AZUL4) foram excluídas do Ibovespa e de todos os demais índices da B3 e os American Depositary Receipts (ADRs) tiveram as negociações suspensas na Bolsa de Nova York (NYSE) em razão do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) realizado pela empresa na última quarta-feira (28).