Destaques da Bolsa

MRV (MRVE3) salta quase 12% e Vamos (VAMO3) é a ação com pior desempenho; veja os destaques do Ibovespa na semana

07 jun 2025, 9:34 - atualizado em 06 jun 2025, 18:08
Day Trade, Investimentos, Mercados, Empresas
O Ibovespa encerrou a semana em queda com discussões do IOF no radar e a recalibragem das apostas para a Selic (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOViniciou junho em tom negativo com o cenário fiscal no centro das atenções dos investidores e recalibragem das apostas sobre a trajetória da taxa básica de juros, a Selic. 

O principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 0,67% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (6) no nível dos 136 mil pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,56 e recuou 2,62% ante o real na semana. No mês, a divisa acumulou valorização de 0,76%.

No cenário doméstico, as discussões sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continuaram a concentrar as atenções.  Na última terça-feira (4),  o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que nenhuma iniciativa seria anunciada antes de uma reunião com lideranças partidárias do Congresso Nacional, prevista para o próximo domingo (8).

A expectativa é que haja um acordo entre o Congresso e o governo ainda neste final de semana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em viagem à França. Mas, mesmo fora, a popularidade do governo ganhou destaque entre os investidores. De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, a desaprovação do governo subiu de 56% para 57% em abril. Já o levantamento do Poder Data apontou que 56% da população reprova Lula, ante 53% em março.

No exterior, os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos movimentaram os mercados.  O relatório oficial de empregos, o payrollapontou a criação de 139 mil vagas de emprego em maio — uma desaceleração em relação a abril, mas acima do esperado para o mês. Já a taxa de desemprego permaneceu em 4,2% pelo terceiro mês consecutivo.

Os dados, melhores do que o esperado, afastaram o temor de desaceleração da maior economia do mundo e também elevaram as perspectivas de que o Federal Reserve não deve fazer cortes mais robustos nos juros até o final

O presidente dos EUA, Donald Trump, também voltou a criticar a postura do Fed e disse que o Banco Central (BC) deve cortar os juros em 1 ponto percentual. Hoje, a taxa básica de juros está no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Trump também protagonizou uma troca de farpas com o bilionário e ex-integrante do governo, Elon Musk. O chefe da Casa Branca disse estar “muito decepcionado” com o Musk e o bilionário rebateu dizendo que “sem mim, Trump teria perdido a eleição”, em uma publicação no X. A disputa se intensificou ainda mais depois que Trump chamou Musk de “louco” e sinalizou que poderia cortar os contratos governamentais de suas empresas.

O embate ofuscou o possível ‘bom humor’ dos investidores com o avanço das negociações entre os Estados Unidos e a China. Trump e Xi Jinping conversaram pela manhã da última quinta-feira (5) por telefone e, segundo o presidente norte-americano, o diálogo entre os dois países continua progredindo.

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Sobe e desce do Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por MRV (MRVE3). Os papéis da construtora foram beneficiados pelas expectativas  para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que foi ampliado em abril e teve a criação da faixa 4, além de um aporte de R$ 30 bilhões — sendo R$ 15 bilhões do fundo social e R$ 15 bilhões da Caixa Econômica Federal.

Segundo estimativas do governo, essa faixa pode financiar até 120 mil novas unidades, abrindo uma frente de expansão para companhias que atuam no segmento de baixa renda.

Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Gerdau (GGBR4) também subiram após Trump anunciar a elevação das tarifas sobre aço e alumínio de 25% para 50%. As medidas entraram em vigor em 4 de junho. A Gerdau possui parte relevante de suas receitas provenientes do mercado norte-americano.

Vale lembrar que os EUA são o maior importador de aço do mundo, excluindo a União Europeia, com um total de 26,2 milhões de toneladas de aço importadas em 2024, de acordo com o Departamento de Comércio.

A elevação das tarifas foi comemorada por produtores de alumínio dos EUA, que disseram que a medida interromperá uma “inundação” de importações.

Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 2 e 6 de junho: 

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
MRVE3 MRV ON 11,91%
GOAU4 Metalúrgica Gerdau PN 10,29%
GGBR4 Gerdau PN 9,44%
PRIO3 PRIO ON 9,14%
YDUQ3 Yduqs ON 7,70%
SUZB3 Suzano ON 7,59%
CVCB3 CVC ON 7,17%
BRAV3 Brava Energia ON 3,97%
TIMS3 Tim ON 3,39%
IRBR3 IRB Re ON 3,32%
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Já a ponta negativa foi liderada por Vamos (VAMO3), que devolveu parte dos lucros recentes. Na semana anterior, a companhia liderou os ganhos semanais com alta de mais de 20%.

Em maio, a companhia foi beneficiada pela expectativa de safra recorde de grãos — que pode resultar em melhores negociações para a empresa — e após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano puxado pelo agronegócio, com destaque para a produção de milho e soja. 

Veja as maiores quedas na semana:

CÓDIGO NOME VARIAÇÃO SEMANAL
VAMO3 Vamos ON -8,85%
HAPV3 Hapvida ON -6,97%
SMTO3 São Martinho -5,72%
BRKM5 Braskem PN -5,54%
BBAS3 Banco do Brasil ON -5,53%
VIVA3 Vivara ON -5,27%
RDOR3 Rede D’Or ON -5,13%
ISAE3 Isa Energia ON -3,91%
MRFG3 Marfrig ON -3,46%
SANB11 Santander Brasil units -3,36%

Vale lembrar: as ações da JBS (JBSS3) se despediram da B3 nesta sexta-feira (6).

A partir da próxima segunda-feira (9), a companhia passará a ser negociada na bolsa brasileira por BDRs (Brazilian Depositary Receipts) lastreados nas ações classe A da JBS N.V., nova holding global do grupo. A mudança faz parte do processo de reorganização societária e internacionalização da companhia, que agora terá a JBS N.V. como controladora e listada na Bolsa de Nova York (NYSE).

Desde o começo do ano, os papéis acumularam alta de 15,17%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.