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Destino de CEO da Boeing depende do futuro do jato 737 Max

02 out 2019, 15:29 - atualizado em 02 out 2019, 15:29
Para Muilenburg, não há manual para tentar desfazer uma das piores calamidades da história da indústria aeroespacia (Imagem: Jasper Juinen/Bloomberg)

A Boeing entra em um mês crucial para o jato 737 Max e para o presidente da fabricante de aviões.

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O futuro de Dennis Muilenburg está inextrincavelmente ligado ao futuro do modelo, que se aproxima de um teste importante com a Administração Federal de Aviação dos EUA. Os voos com o 737 Max estão suspensos há sete meses após dois desastres aéreos. Se os reguladores aprovarem a retomada dos voos com a aeronave, o jato mais vendido da Boeing ainda precisa receber o sinal verde dos tripulantes de companhias aéreas e de passageiros.

Para Muilenburg, não há manual para tentar desfazer uma das piores calamidades da história da indústria aeroespacial. Mas investidores apostaram no ressurgimento da Boeing nas últimas semanas, e qualquer novo revés para a maior fonte de lucro da empresa aumentaria os rumores de uma mudança no comando.

“Isso não tem a ver comigo, certo? Tem a ver com nossa empresa e com o que fazemos por nossos clientes”, disse Muilenburg em entrevista quando perguntado se é a pessoa certa para liderar a Boeing durante a crise. “Servirei nessa função com tudo o que tenho enquanto o conselho me quiser servindo nessa função.”

Muilenburg, formado em engenharia aeroespacial e que construiu sua carreira na Boeing, foi a face pública da fabricante de aviões durante a crise do Max. Isso fez dele alvo de críticos, segundo os quais a Boeing foi muito lenta para explicar completamente o papel que seu software de controle de voo teve nos acidentes que mataram 346 pessoas e desencadearam a suspensão global do 737 Max em março.

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Muilenburg tem sido “incrivelmente favorável” ao novo Comitê de Segurança Aeroespacial do conselho, disse Edmund Giambastiani, um diretor da Boeing que vai liderar o painel de supervisão. “Dennis tem a confiança do conselho”, disse em entrevista em 25 de setembro.

A Boeing levou a sério a tradição do setor aeroespacial de estudar tragédias em busca de maneiras de tornar os voos mais seguros, disse Muilenburg em entrevista na sede da Boeing em Chicago. Mas ele reiterou o refrão muitas vezes repetido da Boeing de que não houve falha no design e teste do software conhecido como MCAS, implicado nas duas tragédias.

Além do painel de supervisão do conselho, a Boeing está estabelecendo uma nova organização de segurança de produtos e serviços, que terá ampla responsabilidade, incluindo a investigação de preocupações levantadas anonimamente por funcionários.

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bloomberg@moneytimes.com.br