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Deu ruim para a Tesla (TSLA): O número ruim do 2T23 que faz a ação despencar 8% e obriga Musk a por panos quentes

20 jul 2023, 14:41 - atualizado em 20 jul 2023, 14:42
Tesla
Margem de lucro bruta da Tesla faz mercados se decepcionarem com a ação (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

Os números trimestrais divulgados na quarta-feira (19) pela Tesla (TSLATSLA34deixou alguns analistas de cabelo em pé. E foi com eles que os mercados preferiram pegar carona. Canalizando o sentimento bearish (pessimista), as ações escorregam 8,23% na Bolsa de Nova York e são negociadas a US$ 267,29.

Não que o balanço tenha vindo de todo ruim. A empresa conseguiu bater facilmente as expectativas dos analistas para vendas ao reportar uma receita de US$ 24,9 bilhões. O lucro por ação (EPS) de US$ 0,91 superou o consenso de US$ 0,81 e marcou um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2022.

A fabricante de veículos elétricos também reforçou a sua projeção de 1,8 milhão de veículos produzidos para o ano, uma notícia bem-vinda para os mercados.

Mas o clima azedou quando a empresa revelou o que está acontecendo com a sua métrica de lucratividade. A margem de lucro bruta da companhia deu continuidade a um movimento de queda em relação ao pico do quarto trimestre de 2022, quando a margem bateu 24%. Entre os meses de abril a junho, o número chega a 18,2%, abaixo do estimado pelos analistas.

O ‘vilão’ da Tesla

O ‘vilão’ da queda das margens da Tesla vem sendo a agressiva política de corte de preços que a companhia executou durante os últimos trimestres. Um risco aceito pela fabricante para bater as sua concorrentes.

Elon Musk, CEO da fabricante, tratou de botar panos quentes na questão. “Variações de curto-prazo na margem são um problema pequeno no retrato de longo-prazo. Vamos fazer esses números parecerem ridículos”, acrescentou que, no momento atual da Tesla, faz sentido haver um sacrifício das margens em prol da produção e da venda de mais veículos.

Apesar de minimizar o encolhimento das suas margens no curto prazo, o homem mais rico do mundo não escondeu sua confusão com o estado atual da economia global — e o que ela tem significado para os números da sua companhia.

“Um dia parece que a economia mundial está colapsando. No outro, tudo parece bem. Eu não sei o que diabos está acontecendo”, disse Musk aos analistas na teleconferência de resultados.

Tesla ‘flagrantemente sobrevalorizada’

Na montanha-russa de sentimentos que o resultado trimestral da Tesla causou no mercado, chamou a atenção a posição extremamente defensiva do analista Craig Irwin, da Roth Capital Partners.

De duas semanas para cá, Irwin vem concedendo entrevistas aos principais portais financeiros dos Estados Unidos e reiterando seu ceticismo sobre o papel. “Acho que o papel da Tela está flagrantemente sobrevalorizado”, disse ao Yahoo Finance na manhã de hoje.

Irwin vê um preço-alvo de US$ 85 para a ação, 75% abaixo do patamar atual. Para o analista, o acordo de fornecimento de estações de carregamento de baterias para outras montadoras, aliado à possibilidade de novos corte de preços na tabela de veículos (o que não é descartado pelos executivos da companhia), poderá continuar machucando as margens da fabricante nos próximos trimestres.

Ao menos até aqui, os investidores não compraram o pessimismo do analista da Roth Capital Partners. A Tesla é uma das grandes vencedoras da bolsa americana, tendo valorizado mais de 130% desde o início de 2023.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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