Combustíveis

Diesel mais caro: Entenda como carros populares vão elevar preços do combustível

05 jun 2023, 10:27 - atualizado em 05 jun 2023, 10:27
Gasolina, diesel, carros
Haddad quer adiantar parte da reoneração do diesel para custear a queda do preço dos carros populares. (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Indústria) devem bater o martelo sobre o programa de carros populares. No entanto, o governo estuda reonerar o diesel antes do previsto para bancar o desconto automotivo.

Segundo informações do G1, Haddad quer adiantar parte da reoneração do combustível, prevista para janeiro do ano que vem, para o mês de setembro. A antecipação permitirá a arrecadação de R$ 3 bilhões, dobro do valor necessário para custear a queda do preço dos carros populares.

O objetivo é de que com a volta do imposto sobre o diesel, o governo não precise conceder isenções de impostos às montadoras, como estava previsto na ideia original.

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No final de maio, Alckmin anunciou o plano do governo para incentivar a indústria automotiva. No entanto, a equipe econômica ficou com a missão de fazer algumas contas para viabilizar o programa e ver qual seria o impacto disso para os cofres públicos.

A ideia principal seria reduzir o IPI PIS/Cofins dos carros de até R$ 120 mil. Com isso, o desconto no preço final ficará entre 1,5% até 10,96%.

“A Medida Provisória já está pronta e deve ser apresentada nesta semana. Lembrando: a isenção deve ser substituída por um bônus que vai de R$ 2 mil a R$ 8 mil e será abatido diretamente do preço do carro. O governo vai levar em consideração três fatores para subsidiar os modelos: eficiência energética, preço e conteúdo nacional”, afirma Rafael Passos, analista da Ajax Capital.

Para Étore Sanches, economista-chefe da Ativa Investimentos, a medida estudada pelo governo parece “estranha economicamente”, visto que se elevaria o custo de transporte, penalizando a todos, inclusive o custo dos veículos, para subsidiar preços dos próprios veículos.

“Evidentemente tudo é uma questão de prioridades, ainda mais em um país cujas restrições orçamentárias são enormes, mas esta ação traz implicações setoriais explicitas, gerando estranhamento. Nessa linha, o jogo de retórica está pronto a medida que o custo dos alimentos irá subir para subsidiar carros”, destaca.

Combustíveis

Durante o seu governo, Jair Bolsonaro zerou as alíquotas do PIS e Cofins para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha.

Os impostos deveriam voltar no dia 1º de janeiro, mas o presidente Lula editou uma medida provisória para manter a oneração até 1º de março para a gasolina e o etanol e 31 de dezembro para os demais combustíveis.

No final de fevereiro, o ministro Fernando Haddad anunciou uma reoneração parcial de gasolina e etanol por um prazo de quatro meses. Na época, a gasolina subiu R$ 0,34 nas bombas e o etanol, R$ 0,02. No entanto, essa nova MP tem validade até o fim de junho. Ou seja, no dia 1º de julho devem voltar a alíquota cheia.

Carros e caminhões populares

Segundo Haddad, o programa dos carros populares foi repaginado e deve priorizar ônibus e caminhões, apesar de os carros de passeio também serem contemplados.

“São duas pautas: o estímulo a caminhões, ônibus, prioritariamente, e a questão do Desenrola eu também vou despachar com ele”, disse o ministro ao ser questionado por jornalistas. “A gente repaginou o programa e ele ficou mais voltado ao transporte coletivo e ao transporte de carga, mas o carro também está contemplado”, completou.

O programa deve ser implantado por Medida Provisória e terá validade de quatro meses. O impacto deve ser de R$ 1,5 bilhão.

 

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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