BusinessTimes

Dinheiro parado é melhor que títulos de emergentes, diz gestor

15 maio 2022, 9:00 - atualizado em 13 maio 2022, 21:24
Dólar
A gestora de recursos, que tem US$ 17 bilhões em ativos de países em desenvolvimento, atualmente mantém 25% de seus fundos de emergentes em dinheiro (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Brandywine Global Investment Management prefere deixar dinheiro parado a investir mais em títulos de mercados emergentes.

A gestora de recursos, que tem US$ 17 bilhões em ativos de países em desenvolvimento, atualmente mantém 25% de seus fundos de emergentes em dinheiro, acima do nível normal de 3% para 5%.

Miguel Arno, gestor da empresa com sede na Filadélfia, disse que prefere deixar a inflação consumir as participações dos fundos do que arriscar perdas maiores em títulos de mercados emergentes, que lutam para competir com os rendimentos dos Treasuries americanos.

“Há muitos ventos contrários, por isso estamos sendo mais cautelosos e não investindo o dinheiro que temos atualmente”, disse Arno, referindo-se aos fundos de emergentes. “Se os valuations de títulos estivessem atraentes, investiríamos esse dinheiro, mas não estão.”

Embora a fuga para a segurança tenha virado um tema recorrente em meio à liquidação global de ativos de risco, essas altas reservas de caixa ainda podem ser excepcionais.

Um fundo de emergentes da BlackRock, por exemplo, tinha 7,5% em dinheiro em 31 de março, de acordo com um porta-voz da empresa.

Com a inflação dos EUA prevista para cerca de 7% este ano, segundo estimativas da Bloomberg, e aumentos de juros praticamente certos, os títulos soberanos dos mercados emergentes não atraem muitos gestores.

Os estrategistas do Bank of America disseram que mais de US$ 5 bilhões deixaram os fundos de títulos emergentes na semana até 11 de maio, a maior saída desde abril de 2020, citando dados da EPFR Global.

Em nota separada, os estrategistas do banco disseram estar pessimistas sobre as perspectivas para emergentes.

“Os spreads entre moedas fortes e de emergentes estão barateando, mas não estão super baratos” (Imagem: Unsplash/executium)

Se houver um rali, eles recomendam a venda, porque de modo geral, a liquidação de emergentes está apenas “na metade do caminho”.

“As pessoas costumam falar sobre a dificuldade de manter dinheiro em caixa devido à inflação no momento”, disse Arno. Mas enquanto a inflação nos níveis atuais está reduzindo os retornos reais do dinheiro em caixa em cerca de 7%, o índice de referência de mercado emergente do JPMorgan já caiu 17% no acumulado do ano, acrescentou.

Dos 1.121 fundos de títulos de mercados emergentes, apenas 82 conseguiram ganhar dinheiro este ano em meio a uma liquidação global que atingiu mais os países em desenvolvimento, de acordo com dados compilado pela Bloomberg.

“Os spreads entre moedas fortes e de emergentes estão barateando, mas não estão super baratos”, disse Arno. “Não estamos vendo valuations super atrativos no momento. Você precisa ver alguma estabilização nos Treasuries e na política de Covid Zero da China para ficar empolgado.”

Receba as newsletters do Money Times!

Cadastre-se nas nossas newsletters e esteja sempre bem informado com as notícias que enriquecem seu dia! O Money Times traz 8 curadorias que abrangem os principais temas do mercado. Faça agora seu cadastro e receba as informações diretamente no seu e-mail. É de graça!

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.