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Diretor da Nestlé vê início de 2023 duro antes que inflação caia

24 dez 2022, 20:00 - atualizado em 23 dez 2022, 12:41
Nestlé
Grupos de bens de consumo como a Nestlé têm enfrentado custos de insumos acentuadamente mais altos em 2022 (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

O diretor financeiro da Nestlé, François-Xavier Roger, prevê seis meses desafiadores antes que a inflação comece a recuar no segundo semestre de 2023.

“Provavelmente entraremos em uma recessão – sabemos que os próximos seis meses provavelmente serão complicados e difíceis”, disse o executivo da fabricante do Nescafé e do KitKat em entrevista.

Isso provocará uma desaceleração no consumo, acrescentou.

Grupos de bens de consumo como a Nestlé têm enfrentado custos de insumos acentuadamente mais altos em 2022.

Muitos pressionaram por aumentos recordes de preços, prejudicando a demanda por seus produtos.

O aumento de juros nas principais economias, como nos Estados Unidos, nos países da zona do euro e na Grã-Bretanha são uma pressão adicional sobre as famílias.

Os aumentos de custo de commodities como óleo de palma, café e trigo desaceleraram recentemente.

Mas uma maior inflação de salários e preços de eletricidade em alta vertiginosa na Europa elevarão a pressão.

Com calma

“Certamente haverá muita inflação ainda no início do próximo ano e nos próximos seis meses depois disso”, disse Roger.

“Acho que provavelmente no segundo semestre de 2023 podemos começar a ver algum abrandamento.”

Roger citou as taxas de frete como um bom indicador de que uma recessão está chegando.

O preço para enviar um contêiner marítimo na rota de referência de Xangai para Los Angeles caiu para menos de US$ 2.000, de cerca de US$ 10.000 no início do ano, de acordo com a Drewry Shipping Consultants.

A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, espera gastar 1 bilhão de francos suíços (US$ 1,1 bilhão) em investimentos como embalagens mais sustentáveis e redução de carbono no próximo ano, um aumento de quase 800 milhões de francos este ano e 500 milhões de francos em 2021.

Reportar sobre ESG deve se tornar obrigatório em breve, disse Roger.

O CFO disse que está à procura do retorno sobre esse investimento, o que significa que “temos um impacto em termos de redução de carbono, em termos de redução de plástico, em termos de redução de água”.

bloomberg@moneytimes.com.br